Foram divulgados nesta quarta-feira (03) pelo IBGE os resultados da Síntese de Indicadores Sociais, que traça o perfil das condições de vida da população brasileira. Foram analisados indicadores como desigualdade salarial por sexo, cor e idade; desigualdade social quanto aos rendimentos mensais e os indicadores relacionados à pobreza.
No Piauí, um dado chamou a atenção: o da desigualdade de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres. De acordo com a pesquisa, a população mais rica do Piauí recebe 16 vezes mais que a população mais pobre e essa é a maior diferença registrada no Brasil.
Em 2024, os 10% da população do Piauí que tinham os maiores rendimentos, equivalente a cerca de 133 mil pessoas, apresentou um rendimento médio de R$ 9.628. Esse valor é 15,8 vezes maior que o rendimento médio de R$ 608 recebido por 40% da população, ou seja, a parcela mais pobre, o que equivale a 523 mil pessoas. Essa desigualdade entre os rendimentos dos mais ricos e dos mais pobres observadas no Piauí também é a maior observada no Nordeste.
Apesar dessa desigualdade, a pobreza no Piauí reduziu nos últimos anos. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, o Piauí em 2024 registrou uma redução na situação de pobreza da população, que atingia 37,7% das pessoas. A redução foi de 7,9 pontos percentuais em relação a 2023, quando a pobreza atingia no Estado 45,2% da população. A proporção da população em situação de pobreza no Piauí em 2024 foi a menor da série história que se iniciou em 2012.
Em 2012, havia cerca de 1,78 milhão de piauienses em situação de pobreza, marca que reduziu para cerca de 1,26 milhão em 2025. A redução foi de cerca de 524 mil pessoas em situação de pobreza no Piauí em 12 anos. O IBGE destaca que uma parcela da população piauiense é beneficiária de programas sociais governamentais, o que aumenta a renda das famílias e permite melhorar as condições de vida, inclusive retirá-las da situação de pobreza.
Foi o que aconteceu no Piauí. Segundo a pesquisa, em 2024 apenas 4% da população piauiense estava em situação de pobreza, uma redução de quatro pontos percentuais em relação a 2023, quando 8% dos piauienses estavam nesta situação. A definição de extrema pobreza é dada segundo os critérios do Banco Mundial e se refere à família cujo rendimento domiciliar per capita é de menos de R$ 218 por mês.
A Síntese de Indicadores Sociais revela que os programas sociais governamentais retiraram 323 mil piauienses da extrema pobreza em 2024. Observando-se o início da série histórica, em 2012, a extrema pobreza no Piauí era de 14,3% Em comparação com 2024, a queda foi de 10,3 pontos percentuais. Em termos de quantidade da população, em 2024 o Piauí tinha 125 mil pessoas em situação de extrema pobreza, enquanto em 2012 havia 458 mil. A redução foi de cerca de 323 mil pessoas.
O IBGE pontua que se não houve o recebimento de benefícios de programas sociais, como o Bolsa Família e o BPC, a proporção de piauienses em 2024 em situação de extrema pobreza seria quatro vezes maior.
Os homens no Piauí continuam ganhando mais do que as mulheres. É outro dado revelado pela Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. Em 2024, o rendimento médio do trabalho para os homens no Estado foi R$ 2.254, ou seja, 19% a mais do que o rendimento médio obtido pelas mulheres, que foi de R$ 1.832. A diferença salarial em números absolutos é de R$ 422. Quanto à cor, a população branca piauiense apresentou em 2024 um rendimento médio do trabalho de R$ 2.704, recebendo 29% a mais que a população preta ou parda, cujo rendimento médio ficou em 1.932.
No que diz respeito à faixa etária, a população piauiense idosa (de 60 anos ou mais) foi a que apresentou o maior rendimento médio do trabalho, recebendo 110% a mais do que a faixa etária de menor rendimento, que é a população de 14 a 29 anos, cuja renda foi de R$ 1.504. As demais faixas etárias também apresentaram rendimentos médios distantes do rendimento da população idosa.
A Síntese de Indicadores Sociais tem por objetivo subsidiar o governo com o perfil socioeconômico, permitindo planejar políticas públicas mais assertivas no campo social, dentre elas a de criação de aprimoramento de programas sociais que venham a minimizar os efeitos da pobreza no Brasil.
Fonte: O Dia