O Piauí alcançou, em 2024, o melhor resultado da sua história no combate à pobreza. Dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (3), mostram que o estado reduziu o percentual de pessoas em situação de pobreza para 37,3% da população — aproximadamente 1,26 milhão de habitantes.
A marca representa uma melhora significativa em relação ao ano anterior, quando 45,2% dos piauienses viviam com renda abaixo da linha de pobreza. Em apenas um ano, o estado conseguiu diminuir o indicador em 7,9 pontos percentuais. A trajetória é ainda mais expressiva quando se observa o comportamento do índice ao longo de doze anos: em 2012, o percentual de pobreza chegava a 55,6%. Desde então, o recuo acumulado foi de 18,3 pontos percentuais, o equivalente a cerca de 524 mil pessoas deixando essa condição.
Mesmo com o avanço, o Piauí permanece entre os estados com maiores taxas de pobreza do país, ocupando a décima posição nesse ranking. Entre as unidades com índices mais elevados aparecem Acre (45,9%), Maranhão (45,8%) e Ceará (43,3%). No outro extremo, Santa Catarina lidera com a menor taxa, 8,0%, seguida por Rio Grande do Sul (11,1%) e Mato Grosso (13,1%).
Segundo os critérios do IBGE, é classificado como pobre quem vive em domicílios onde a renda mensal por pessoa é inferior a R$ 694, referência definida pelo Banco Mundial e corrigida pela Paridade do Poder de Compra. O instituto ressalta que programas sociais tiveram papel decisivo para a melhora dos indicadores. Com os repasses do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e dos auxílios emergenciais, a taxa se manteve em 37,3%. Sem esses benefícios, saltaria para 47,1%. No cenário nacional, a diferença também é marcante: a pobreza chegaria a 28,7%, mas ficou em 23,1% graças às políticas sociais — o menor nível já registrado no país.
A extrema pobreza também recuou de forma significativa no estado. Em 2024, 4% da população estava nessa situação, metade do índice registrado em 2023, que havia alcançado 8%. Para o IBGE, é extremamente pobre quem vive com menos de R$ 218 por mês, valor equivalente a US$ 2,15 diários ajustados pela PPC.
Desde 2012, quando 14,3% dos piauienses estavam na extrema pobreza, o estado conseguiu reduzir o indicador em mais de dez pontos percentuais. Em números absolutos, isso representa a saída de cerca de 323 mil pessoas dessa condição — de aproximadamente 458 mil para 135 mil. No ranking nacional de extrema pobreza, o Piauí aparece na 13ª posição. Maranhão (10,1%), Ceará (7,9%) e Acre (7,6%) lideram os maiores índices, enquanto Santa Catarina (1,2%), Rio Grande do Sul (1,4%) e Mato Grosso do Sul (1,6%) apresentam os menores percentuais.