Sábado, 05 de Outubro de 2024

Metade da Assembleia terá parentes candidatos na eleição deste ano

Publicado em 24/07/2024
Por Bismark Sousa
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Herança política/Foto: Assis Fernandes/ O Dia

Metade dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Piauí terá familiar disputando o pleito eleitoral deste ano. Esposa, pais, filhos, irmãos e sobrinhos dos parlamentares brigarão por cargos nos executivos e legislativos municipais de doze cidades, em um fenômeno classificado pela ciência como “herança política”, marca registrada na história do Piauí desde o período do Brasil Império.

Ao todo, seis pais de deputados estaduais disputarão o pleito este ano, em Piripiri, o candidato é o pai do deputado Marden Menezes (PP), Luiz Menezes. Ele concorrerá ao sexto mandato. Também disputarão o pleito em Porto Alegre do Piauí, o pai de Gustavo Neiva (PP), Avelino Neiva; em Miguel Alves, o pai de Oliveira Neto (PT), Oliveira Júnior. Já em Picos, Gil Paraibano, pai de Aldo Gil (PP), também disputa a reeleição. Em Campo Maior, o ex-deputado Dógim Félix (PP) verá o pai, Joãozinho Félix, na disputa pela reeleição no comando da cidade.

O cientista político Germano Lúcio explica os motivos que levam ao alto índice de candidaturas familiares.

“Esse fenômeno é conhecido como herança política, ele é muito comum no Brasil e não é uma coisa só do Piauí, está muito presente de norte a sul do país. A gente estuda na ciência política pelo viés do estudo das elites políticas, com a ascensão e aquisição de espaços de poder por parte de membros dessas famílias que vão repassando a herança, transformando um espaço público de acesso democrático eleitoral como se fosse um patrimônio passivo da própria família”, afirma o professor.

Dentre os casos que se destacam, chama a atenção à situação da deputada Janaína Marques (MDB), secretária de Desenvolvimento Econômico. O marido da parlamentar, Alderico Tavares, disputará a prefeitura de um reduto histórico da deputada, a cidade de Joca Marques. A irmã de Janaína, Fernanda Marques, concorrerá à reeleição em Luzilândia.

Para a ciência política, as candidaturas familiares facilitam a vida dos parentes.

“Geralmente as pessoas que tem uma base política muito bem adensada elas saem na frente na corrida eleitoral. O que pesa não é o nome da família, é o poder político delegado que essas famílias têm, que facilitam a caminhada dos parentes. Como você tem acesso aos cargos, você tem acesso a informações privilegiadas, direcionamento de obras, projetos estruturantes, cargos. A partir disso você consegue arregimentar um conjunto de pessoas que irão trabalhar na sua campanha, por isso ocupar cargos é muito importante”, afirmou.

 

Fonte: O Dia

 

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