Estudantes e entidades sindicais promovem manifestação contra a PEC 55

Estudantes universitários e secundaristas, unidos a professores e entidades sindicais, promoveram na manhã desta sexta-feira, 11, uma grande manifestação no centro de Picos contra a PEC 55, anteriormente denominada de 241, que prevê a redução dos gastos públicos por 20 anos. A medida, proposta pelo governo Michel Temer, já foi aprovada em duas votações na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado Federal.

Os acadêmicos da UFPI ocupam o prédio do Campus desde o dia 18 de outubro e após um período de planejamento foram para as ruas explicar a sociedade o que está acontecendo. Os manifestantes se concentraram na lateral da BR 316, onde permaneceram por alguns minutos, depois seguiram em passeata pela Av. Getúlio Vargas, passando pela Praça Félix Pacheco, culminando na Praça Josino Ferreira.

Em todo o trajeto, contando com o auxílio de carros de som, os estudantes e demais manifestantes gritaram palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e as suas propostas que devem penalizar as classes que compõe as bases da sociedade. Os comerciantes, comerciários e transeuntes pararam para observar o movimento. Alguns demonstravam apoio, outros pareciam não gostar da manifestação. Os guardas municipais de trânsito controlaram o fluxo dos veículos.

O acadêmico do curso de Licenciatura Plena de História da UFPI de Picos, Tiago Barroso, informou que manifestações estavam acontecendo no dia de hoje por todo o Brasil, mas ela é uma preparação para o dia 25 de novembro, quando deve acontecer uma paralização nacional. “Temos mais de 1200 escolas ocupadas no país, e mais de 180 universidades, então, estamos tentando fazer uma mobilização nacional, para que até o dia 13 de dezembro, quando acontece a segunda votação no Senado Federal, possamos mostrar que somos contra”, frisou.

A professora do IFPI de Picos, Ana Karina Sampaio, frisou que nas últimas semanas foram promovidos inúmeros debates sobre temas como a PEC 55 (241), a reforma do ensino médio, a futura reforma da providência. “São muitos ataques, então não adianta vir para a rua sem saber pelo que está lutando e acho que o caminho é esse para mobilizarmos a sociedade para que ela saia dessa letargia”, declarou.

Ana Karina informou ainda que os professores do IFPI entrarão em greve a partir do dia 16, parando todas as atividades até a votação da PEC no Senado Federal.  Os estudantes do instituto também decidiram em assembleia geral ocupar o IFPI. “A saída agora é engrossar o caldo. Eles estão se fazendo de surdos, mas temos de aumentar o tom da nossa voz”, comentou a professora.

Os Institutos Federais de Tecnologia vem conquistando um grande desempenho acadêmico nos últimos anos, mas, juntamente com os movimentos de ocupação das escolas e universidades, esse fato vem sofrendo boicote pela grande mídia nacional.