Um requerimento do deputado estadual Merlong Solano (PT) foi motivo de polêmica na sessão desta segunda-feira (3) da Assembleia Legislativa. O parlamentar propôs que a Alepi envie informações financeiras do Estado para que a Procuradoria Geral da República analise a possibilidade de pedir intervenção no Governo do Piauí, por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A leitura das proposições apresentadas pelos deputados, normalmente célere, ganhou outro tom. "Cadê o deputado João Mádison? Chame ele aí...", disse o presidente da Alepi, Themístocles Filho (PMDB), enquanto lia o requerimento. "Deputado Wilson Brandão (PSB), vá olhando direitinho aí o que eu tô lendo. É, e é para a Assembleia aprovar. Olhe direitinho aí".
O requerimento cita despesas que teriam sido realizadas de forma irregular pelo Governo do Piauí, como a contratação de servidores após atingido o limite da LRF.
O deputado Robert Rios (PCdoB) interferiu afirmando que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) já teria reconhecido as contratações de concursados como legais e acreditou haver uma confusão de informações no requerimento.
O parlamentar ainda criticou o pedido de Merlong Solano e lembrou que intervenções permitem contratar sem licitação. "A intervenção é a primeira porta que se abre para a corrupção. (...) Para cada intervenção que o novo governador fizer eu vou procurar o poder judiciário. É inaceitável", disse Robert Rios.
João Mádison contestou o requerimento
João Mádison apareceu e afirmou que aliados do governo eleito querem "jogar para a plateia" e que o PT age "na ânsia de querer assumir o governo". "Nós sabemos que o governo Zé Filho tem feito o possível e o governador Wellington Dias quando saiu do governo deixou uma herança maldita para Wilson Martins. E nem por isso se falou em intervenção", rebateu.
"Todos os governos têm problemas. Se ele (Wellington Dias) está dizendo que vai andar a 80km/h, pois ele vai ter a oportunidade a partir do dia 1º de janeiro. Até o dia 1º, o governador do estado é Zé Filho", acrescentou Mádison.
Mauro Tapety (PMDB) fez um aparte e afirmou que nas gestões de Wellington Dias também existiram problemas com despesas, mas não se falou em intervenção.
Themístocles Filho não colocou o pedido em votação. "Eu vou encaminhar para a Comissão de Constituição e Justiça. Lá vão fazer uma análise melhor desse requerimento". Após os discursos, o presidente da Casa encerrou a sessão. "Está encaminhado para a CCJ o requerimento do deputado Merlong Solano. Lá a discussão vai se proceder tecnicamente".
Fonte: cidadeverde.com