Segunda-Feira, 08 de Dezembro de 2025

Protestos nacionais expõem avanço da violência contra mulheres

Publicado em 08/12/2025
Por Renata Arrais
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Mulheres protestam contra feminicídios/Foto: Josualdo Moura/TV Globo

Manifestações realizadas pelo movimento Levante Mulheres Vivas mobilizaram ruas de pelo menos 20 estados e do Distrito Federal, em um dia marcado por críticas à escalada da violência de gênero no Brasil. Os atos reuniram ativistas, familiares de vítimas e organizações sociais que pedem respostas mais firmes do poder público diante do avanço dos feminicídios.

No Distrito Federal, onde os protestos tiveram forte adesão, o cenário é considerado alarmante. Foram registradas 26 mortes de mulheres ao longo do ano, conforme levantamento da Secretaria de Segurança Pública. Os crimes ocorreram em diferentes regiões administrativas e chamam atenção pela brutalidade e pela repetição dos padrões de violência.

Entre as vítimas identificadas estão Ana Moura Virtuoso, morta em 5 de janeiro na Estrutural; Géssica Moreira de Sousa, assassinada em 22 de fevereiro em Planaltina; Maria José Ferreira, morta em 31 de março no Recanto das Emas; Marcela Rocha Alencar, vítima de feminicídio em 1º de abril no Paranoá; e Camila Pereira Lopes, assassinada em 13 de agosto no Itapoã. Além desses casos, outras mortes ocorreram sem que as vítimas fossem identificadas, como dois feminicídios registrados no Núcleo Bandeirante e um em São Sebastião.

O movimento que organizou os atos destaca que os números revelam apenas a face mais extrema da violência contra a mulher, que também se manifesta em agressões, ameaças, perseguições e controle psicológico — situações que, segundo especialistas, muitas vezes antecedem o feminicídio.

As autoridades reforçam que denúncias podem ser feitas por diferentes canais, como o 190 da Polícia Militar, o 197 da Polícia Civil, o 180 da Central de Atendimento à Mulher, além das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. A Defensoria Pública também possui atendimento específico pelo número 129.

Qualquer mulher pode solicitar uma medida protetiva, mesmo sem ter sofrido agressão física. Comportamentos como ciúmes excessivos, perseguição, vigilância constante ou controle de bens já configuram situações que permitem o pedido. O Tribunal de Justiça do DF esclarece que a solicitação pode ser feita presencialmente ou pela Delegacia Eletrônica, e a análise judicial deve ocorrer em até 48 horas.

Enquanto os protestos ecoam pelo país, organizações feministas afirmam que a urgência é clara: proteger as mulheres antes que novas tragédias aconteçam.

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