Quarta-Feira, 05 de Novembro de 2025

Piauí tenta frear avanço da desertificação e prevê recuperar 80% das áreas degradadas até 2050

Publicado em 05/11/2025
Por Renata Arrais
FA-IMG-89eb415726deaf3427d4.png
FA-IMG-89eb415726deaf3427d4.png
Imagem do processo de desertificação em Gilbués/Foto: Reprodução

O Piauí lançou o Plano de Ação Climática (PLAC), que estabelece 38 ações voltadas ao combate às mudanças climáticas no estado. Entre as metas mais ambiciosas, está a recuperação de 80% das áreas degradadas e de suas nascentes até 2050, em uma região que enfrenta o avanço da desertificação. O documento foi publicado no Diário Oficial nesta segunda-feira (3).

De acordo com o PLAC, a seca e a desertificação são os riscos climáticos mais críticos para o Piauí, especialmente nas regiões centro-leste, sudeste e sul, onde predominam solos frágeis e ambientes já degradados. Municípios como Gilbués, territórios da Serra da Capivara, Vale do Guaribas e Chapada das Mangabeiras estão entre os mais afetados, exigindo ações prioritárias de recuperação ambiental.

O plano aponta que a degradação do solo e a perda de cobertura vegetal agravam os processos de desertificação, reduzindo a capacidade dos ecossistemas de se regenerarem. A recuperação dessas áreas, segundo o documento, é urgente para garantir sustentabilidade ambiental e produtiva, especialmente em zonas rurais dependentes da agricultura.

Para enfrentar esse cenário, o PLAC prevê um programa estadual de restauração ecológica, a criação de viveiros comunitários para produção de mudas nativas e incentivos ao plantio dessas espécies. O objetivo é estabilizar o solo, recuperar a biodiversidade, aumentar a infiltração de água e reduzir a erosão e o assoreamento, fortalecendo os serviços ecossistêmicos locais.

O cronograma prevê a recuperação de 10% das áreas degradadas até 2030, 50% até 2040 e a meta final de 80% até 2050, com foco inicial nos territórios da Serra da Capivara, Chapada, Vale do Rio Itaim, Vale do Rio Guaribas, Vale do Sambito e Chapada das Mangabeiras.

No curto prazo, o plano prevê a recuperação de nascentes e matas ciliares em áreas mais vulneráveis à seca, além da construção de tecnologias de segurança hídrica, como cisternas e barragens subterrâneas. Já a médio e longo prazo, a proposta inclui incentivo ao plantio de espécies nativas em regiões suscetíveis à erosão e a implantação de um programa permanente de restauração ecológica.

Apesar dos esforços, um relatório recente do Observatório do Clima, divulgado na segunda-feira (3) na 13ª Edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, mostrou que o Piauí está entre os cinco estados brasileiros que aumentaram suas emissões em 2024, ao lado de Minas Gerais, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe. Em contrapartida, Rondônia, Pará e Mato Grosso lideraram a redução, com quedas de 65%, 44% e 44%, respectivamente.

Fonte: Portal O Dia

Comentários