Por: Danilo Eliéser
De acordo com dados registrados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente no mundo. O número corresponde a aproximadamente 1/3 de tudo o que é produzido, colaborando com a insegurança alimentar e a fome mundial.
Após analisar 152 unidades de observação em 54 países, o relatório Índice de Desperdício de Alimentos constatou que de todos os produtos desperdiçados, 931 milhões de toneladas correspondem aos alimentos que chegam aos varejistas, consumidores ou restaurantes. O fenômeno ocorre tanto em países ricos, quanto em países em desenvolvimento.
A pesquisa aponta números alarmantes, já que após ficar em estabilidade desde 2015, o índice de pessoas que passam fome no mundo voltou a crescer nos últimos dois anos. Atualmente, estima-se que 828 milhões de pessoas no mundo passam fome, e outras 2,3 bilhões sofram com a insegurança alimentar.
Além do problema da fome, o desperdício de alimentos piora a situação da poluição e do aquecimento global. Os processos para a produção desses alimentos desperdiçados correspondem a 8% das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo. Caso o desperdício de alimentos fosse um país, ele seria o terceiro maior poluidor do mundo.
A melhoria desse cenário é possível com o alinhamento do trabalho da sociedade, dos governos e dos produtores do agronegócio.
A nível dos consumidores, medidas simples como a atenção aos prazos de validade e a quantidade de alimentos perecíveis comprados é necessário. Além disso, congelar alimentos que começaram a demonstrar aspecto de envelhecimento, ajudam na conserva de suas propriedades nutritivas.
A nível governamental, a qualificação da infraestrutura rodoviária e investimento em outros modais é fundamental para garantir a otimização da produção brasileira, já que a qualidade das estradas afeta diretamente a velocidade e a quantidade de alimentos que chega para a comercialização interna e exportação.
Medidas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) também ajudam na redução.
Já no caso do agronegócio, a compra de excedentes alimentares de pequenos produtores é uma medida usada por empresas para beneficiar a população em situação de vulnerabilidade.
Com informações do Portal Canal Agro