Embora não existam estatísticas oficiais é notório que o mercado informal tem crescido vertiginosamente na cidade de Picos. São muitas as pessoas que tem montado pequenas barracas ou andam em bicicletas vendendo principalmente lanches. Nossa equipe foi às ruas e conversou com alguns desses trabalhadores para saber o que as levou para a informalidade e se os negócios têm compensado. As respostas foram invariavelmente positivas.
O autônomo José de Paiva, 33 anos, natural de Jaicós, mora em Picos há quatro anos, período em que trabalha vendendo lanches. Embora ele circule em uma bicicleta onde conta com todos os itens necessários para esse negócio, como garrafas térmicas, copos descartáveis, lenços e até um guarda-sol, José de Paiva passa a maior parte do seu expediente na Praça Félix Pacheco.
Segundo nos relatou tem sido possível sustentar esposa e filho com folga apenas através do seu negócio informal. Ele narrou ainda que acorda diariamente às 5h00 e encerra o trabalho às 14h00, quando retorna para casa. No período da tarde o movimento e a possibilidade de vendas seriam menores. “Dá pra sustentar tranquilo, melhor do que trabalhar para os outros”, brincou.
Antes de ingressar no mercado informal José de Paiva trabalhava na construção civil e avalia que é melhor possuir o próprio negócio.
Outro que explora o mesmo ramo de vendas de lanches em bicicletas, Rafael de Sousa Lima (que pediu para não ser fotografado), 34 anos, divorciado e pai de três filhos, informou que está há seis meses nesse trabalho, antes vendia DVDs, mas faz seis anos desde a última vez que teve a carteira assinada. Ele era ajudante de serviços gerais e destaca que é melhor trabalhar por conta própria.
Rafael Sousa diz que não pretende buscar um emprego no mercado formal por enquanto, pois dessa forma está conseguindo sobreviver com dignidade.
Atualmente percebe-se que não apenas a Praça Félix Pacheco e a Josino Ferreira tornaram-se sede para trabalhadores do mercado informal, mas em toda a cidade podem ser verificados pontos assim, especialmente próximos a locais movimentados como clínicas e paradas de ônibus e vãs.
O Secretario do Turismo e do Desenvolvimento Tecnológico, Cláudio Galeno, informou que pretende criar um cadastro dos pequenos e microempresários na da cidade de Picos.