Atrito entre vereadora e estudante marca sessão tumultuada da Câmara Municipal

Em meio à polêmica envolvendo o projeto da Prefeitura que prevê uma nova regulamentação para a emissão de carteira estudantil na cidade de Picos, tem se destacado o atrito entre a vereadora Fátima Sá (REDE) e o estudante de história da UFPI, Maurício Martins. Enquanto os militantes ocupavam o plenário da Câmara Municipal na sessão ordinária da sexta-feira, 12, a vereadora, usando o microfone, fazia criticas severas ao Maurício.

Após o cancelamento da sessão por parte do vereador Simão Carvalho (PSD), a vereadora Fátima Sá declarou em entrevista que os estudantes que ocupavam a Câmara eram uma minoria, não representando a totalidade do movimento. Ela os chamou de baderneiros e acusou Maurício Martins de induzi-los.

Fátima Sá recusa que esteja legislado em prol de interesses particulares e informou que deseja a aprovação de uma “lei séria”, manifestando-se contra a ideia do projeto que prevê a fiscalização da emissão da carteira por parte da Prefeitura, segundo ela, inconstitucional. A vereadora disse não se sentir incomodada com o título de inimiga dos estudantes, lembrando a sua vida como professora. Ela entende que o movimento esta sendo conduzido por uma ideologia de “ódio partidário e político”.

Respondendo a acusação de que estaria insuflando os estudantes, Maurício Martins declarou que Fátima Sá desconhece o movimento. Ele frisou que compareceu a Câmara Municipal como “mais um aluno”, uma vez que está em vias de se graduar. A luta, segundo Maurício, está sob a liderança do Diretório Central dos Estudantes (DCE), em parceria com os Centros Acadêmicos. “Eu não faço parte do movimento estudantil há dois anos, isso está registrado em ata”, comentou.

O estudante rebateu também a critica da vereadora Fátima Sá de que o movimento estudantil está ligado a interesses partidários fomentados pela queda da Presidência Dilma Rousseff (PT). Ele declarou que a pauta de reivindicações é local, não havendo nesse momento interesses políticos de caráter nacional.

Mesmo após o tumultuado cancelamento da sessão ordinária, sem que projeto algum tivesse sido votado, vereadores e estudantes permaneceram nas imediações e dependências do Plenário da Câmara Municipal. Alguns parlamentares oposicionistas menos exaltados ainda tentaram dialogar com os estudantes.