Sábado, 12 de Outubro de 2024

Estudantes ocupam plenário da Câmara Municipal de Picos e sessão é suspensa

Publicado em 17/11/2015
Por Jailson Dias
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Estudantes ocupam plenário/Jailson Dias

Os estudantes das universidades picoenses, UFPI e UESPI, ocuparam o plenário da Câmara Municipal de Picos na tarde da quinta-feira, 12, e os vereadores, após perderem o controle, tiveram de cancelar a sessão. Antes, a Polícia Militar ainda foi acionada e se fez presente no plenário. O movimento estudantil reivindica a aprovação do projeto do poder executivo que descentraliza a emissão da carteira de estudantes, atualmente, sob a responsabilidade de uma única entidade.

Durante a sessão os estudantes gritavam palavras de ordem e vaiaram os vereadores da oposição, principalmente Diógenes Medeiros (PPS) e Fátima Sá (REDE). Estes alegam que o projeto apresentado pela Prefeitura de Picos é inconstitucional, por dar poderes ao Palácio Coelho Rodrigues de fiscalizar a emissão das carteiras de estudantes, o que não seria uma atribuição do executivo, mas de outros como legislativo e Ministério Público.

Diógenes e Fátima Sá ainda ouviram a expressão de que são inimigos do movimento estudantil. Em meio a toda a pressão o vereador Simão Carvalho (PSD), que presidia a sessão no lugar de Hugo Victor (PMDB), ausente, não conseguiu conter os ânimos e cancelou a sessão ordinária sem que o projeto fosse votado.

A oposição protestou, por entender que a decisão não cabia ao presidente em exercício, mas ao plenário. Se o projeto tivesse ido para votação teria sido derrotado, pois a oposição detinha a maioria no plenário. Além de Hugo Victor, também estavam ausentes os governistas Iata Ânderson (PSB) e Evandro Reis (PSD). Atualmente oito vereadores mantem a sustentação da base aliada na Câmara Municipal, contra sete da oposição.

A estudante da UFPI, Isabel da Silva, militante do Movimento Popular da Juventude, comentou que esta era terceira vez que os estudantes compareciam ao plenário da Câmara Municipal pedindo a aprovação do projeto. Ela alegou que os vereadores da oposição estavam barrando o seu direito e repudiou a pecha de “baderneiros” imposta por alguns parlamentares da oposição.

A Polícia Militar, dentro do plenário, ainda foi falar diretamente com os estudantes, enquanto a vereadora Fátima Sá criticava a postura do estudante Maurício Martins, acusando-o de ser ele o responsável pela manifestação. Posteriormente Maurício alegou que não lidera mais o movimento estudantil da UFPI, manifestando apenas apoio moral.

Em entrevista a vereadora Fátima Sá alegou ser o projeto inconstitucional e que o correto seria a realização de uma audiência pública. Ela rebate a acusação de que estaria ligada a interesses particulares. “Eu sou contra o que essa lei diz, pois se os estudantes desejarem tirar a carteira dependerão da vontade do prefeito, e é contra isso que eu sou contra”, declarou.

Para o vereador José Luís (PTB) há uma verdadeira confusão, pois já havia sido votado um projeto sobre o mesmo tema há dois meses, no qual os estudantes não se sentiam contemplados. Agora foi enviado um novo projeto, cujo parecer foi assinado pela vereadora Fátima Sá, que agora se mostra contrária. Zé Luís frisou que o projeto deveria ter sido votado e aprovado, em seguida poderiam ter sido realizadas emendas. “Há muito desentendimento, é melhor estudar mais, pois os estudantes não entendem que se esse projeto for do jeito que está, será derrotado”, explicou.

Após a sessão ordinária ter sido encerrada, os estudantes permaneceram dentro do plenário. Eles promoveram uma assembleia geral para decidir quais serão os próximos passos do movimento. Enquanto isso a Polícia Militar os observava atentamente. Os vereadores da situação e oposição continuaram discutindo do lado de fora do plenário.

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