Na última sessão ordinária realizada na Câmara Municipal de Picos, os camelôs que foram alertados pelo Ministério Público Estadual para não mais comercializarem CDs e DVDs piratas nas calçadas e praças da cidade, pediram apoio aos vereadores para intercederem junto a promotora da 1° Promotoria Micheline Serejo que os permita desenvolver o trabalho novamente.
Os camelôs seguravam uma faixa, exibida anteriormente na Praça Josino Ferreira, com os dizeres: “Senhora promotora, queremos trabalhar; Somos pais de família (Deus é Maior)”. Procurados pela nossa equipe nenhum deles quis se manifestar, temendo represálias.
Durante a sessão ordinária alguns vereadores se declararam solidários aos camelôs, dentre eles: Diógenes Medeiros (PPS), Toinho de Chicá (PMDB) e Wellington Dantas (PT). Os parlamentares pediram que a Prefeitura de Picos providencie um novo local para que essas possam trabalhar e, assim, desobstruir praças e calçadas.
A promotora
Para a sua decisão de desobstruir as calçadas e praças de Picos a promotora Micheline Serejo se baseou na Lei de Acessibilidade e no Código de Postura do Município de Picos. Também serviu como embasamento a ilegalidade do comércio de alguns produtos, como os CDs e DVDs piratas.
Em recente entrevista ao Folha Atual, a promotora disse que o Ministério Público vai continuar trabalhando e atuando em todas as esferas: “Se nós todos dermos a desculpa de que precisamos trabalhar para sustentar a família de forma ilegal, pois vamos fazer o seguinte, de ilegalidade por ilegalidade, vamos soltar os traficantes para que eles coloquem as barraquinhas nas praças e comercializem a droga. Querem trabalhar? Ótimo! Existe o SEBRAE, a prefeitura, o Ministério Público para dar auxílio e um monte de outras formas de você trabalhar de forma legal. Ilegal não! Existe trabalho que não é ilegal, que não é corrupção, que não é expor pornografia a criança e adolescente, que não é a receptação de celulares roubados. Pelo amor de Deus, paciência. Eu tenho mais do que obrigação de reparar tudo o que está errado na cidade e vai ser assim com o hospital, com o açougue, com a pirataria porque senão quem vai estar prevaricando sou eu”, declarou.