Domingo, 13 de Outubro de 2024

Casas do bairro Morada Nova racham e burocracia dificulta reparos

Publicado em 01/09/2015
Por Jailson Dias
7b3df632076d541ff954f6b87701.jpg
7b3df632076d541ff954f6b87701.jpg
Casas apresentam rachaduras/Jailson Dias

Há três anos e um mês nascia o Conjunto Habitacional Luiza Gomes de Medeiros, mais conhecido atualmente como bairro Morada Nova. Para muitas pessoas era a realização do sonho da “casa própria”, o alívio de deixar o aluguel ou de depender de favores. Mas ao chegarem às novas casas, os moradores mergulharam em um novo drama, estas estavam rachando e dentro de pouco tempo já ofereciam risco a quem habitava nelas.

Localizado no alto de um morro, o bairro Morada Nova pode ser caracterizado pela tranquilidade durante o dia, com crianças correndo pelas ruas e empinando pipas. Não se vê muitas pessoas. Nossa equipe conversou com alguns moradores que apontaram as rachaduras e falhas estruturais em suas moradias, expressando tristeza e frustração.

A dona de casa Ana Ribeiro de Sousa é um dos exemplos de pessoas que não aceitaram a casa na condição em que recebeu e lutou que novas medidas fossem tomadas. Após muitas idas e vindas a Caixa Econômica Federal de Picos (CEF) e ligações para a Construtora Garra, ela conseguiu que a sua casa fosse demolida e reconstruída, mas a nova moradia, quatro meses depois de entregue, incompleta, já apresenta problemas.

“Nunca terminaram a reconstrução, falta calçada e saneamento, Por conta das chuvas já está afetando de novo e a porta da cozinha não fecha”, frisou.

Ana Ribeiro residiu seis meses em uma casa alugada enquanto a sua era reconstruída. Ela relata que a construtora se responsabilizou de pagar pelo aluguel, água e luz, mas isso aconteceu apenas no primeiro mês.

Depois de 20 anos pagando aluguel a dona de casa Maria Lucineide acreditou que poderia desfrutar da conquista do sonho. Mas ao final de 2014 começou a constatar as primeiras rachaduras. Ela buscou a Caixa e a Construtora e após a visita de alguns engenheiros, foi aconselhada a deixar a sua casa, mas ela se recusou por medo de ver a sua moradia invadida, como aconteceu com uma vizinha. “Sair de minha casa, depois de passar 20 anos pagando aluguel, sem ter a segurança de que eles vão pagar esse aluguel, deixar a minha casa para que os outros venham e invadam”, declarou.

As casas visitadas pela equipe do Folha Atual apresentavam rachaduras nas calçadas, em sua base, paredes e próximo ao teto. Algumas delas foram condenadas inclusive pela Defesa Civil.

Comentários