Domingo, 13 de Outubro de 2024

Milho e feijão de Picos são cultivados com sementes geneticamente modificadas

Publicado em 24/08/2015
Por Jailson Dias
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Lavoura/Jailson Dias

Segundo informações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos, Ricardo Raimundo de Araújo, pelo menos 80% da produção picoense de milho e feijão, principais culturas da região, são cultivadas com sementes geneticamente modificadas, chamadas popularmente de “melhoradas” ou transgênicas.

“Os agricultores não conseguiram guardar aquelas sementes que produzíamos ao longo dos anos, hoje, estamos discutindo a construção de três casas de produção de sementes, onde iremos trabalhar a chamada semente ‘crioula’ para que nos próximos anos tenhamos para ser distribuídas entre os agricultores”, comentou.

O sindicalista faz duras críticas ao governo do estado pela demora na distribuição de sementes, realizada ao final de janeiro, frisando que apenas as de feijão, um total de 1400 quilos, foram entregues aos agricultores locais. As de milho não serão mais disponibilizadas uma vez que o inverno já está adiantado.

Com isso os agricultores ficaram no prejuízo e foram obrigados a comprar as sementes no comércio, custando R$ 20,00 o quilo. Ricardo afirma que essas sementes são geneticamente modificadas, recebendo o uso de agrotóxicos na sua produção e outros elementos químicos.

Ele declarou ainda que o sindicato é contrário ao uso desse tipo específico de sementes, considerando que as mesmas não são próprias para o cultivo. “Nós não sabemos como é produzida. As nossas são livres de produtos químicos e com certeza as pessoas que se alimentam desse tipo de produção tem uma vida mais saudável”, frisou.  

Há um intenso debate quanto às consequências das sementes geneticamente modificadas podem causar ao organismo humano. Apesar das vantagens econômicas desse tipo de produto, estudiosos afirmam que esse tipo de alimento pode causar resistência a antibióticos, alergias e até câncer.

Quando indagado se as sementes distribuídas pelo governo do estado são geneticamente modificadas, Ricardo informou que o sindicato ainda não tinha sido feita a verificação. A única certeza é a de que os picoenses não estão sendo devidamente informados sobre o que estão consumindo.

Comentários
Paulo Andrade
13/02/2016 09:01:40
Há uma desinformação profunda do autor das "denúncias": embora haja muitos milhos transgênicos no mercado, não existe nenhuma semente de feijão transgênico disponível. A EMBRAPA deve começar a comercialização ainda este ano, provavelmente em parceria com uma outra empresa, mas por enquanto --- zero feijão transgênico.