Domingo, 13 de Outubro de 2024

Sindicato garante que aulas da rede pública estadual não começam dia 15

Publicado em 22/08/2015
Por Jailson Dias
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Professores estão em greve/Jailson Dias

O ano letivo da rede estadual de educação deveria começar no dia 15 de fevereiro, depois do carnaval, mas no que depender do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (SINTE), os alunos permanecerão em casa. Na manhã da quinta-feira, 04, o SINTE, regional de Picos, promoveu uma assembleia com os professores para reafirmar essa luta e demonstração de contrariedade a outras propostas consideradas “desastrosas” prela presidente da regional, Gisele Dantas.

Gisele frisou que a decisão da greve já havia sido tomada no último dia 25 de janeiro em Teresina, dessa forma a assembleia da manhã da quinta-feira reforçaria a postura dos professores quanto a disponibilidade para a luta. “Não iniciaremos o período letivo sem a garantia do pagamento do reajuste de 11.36% de forma linear para os docentes aposentados e ativos. Cobramos também o que o governo ficou devendo no ano passado para os administrativos”, declarou.

A sindicalista frisou que a argumentação do governo do estado de que não possui dinheiro para pagar os professores não tem fundamento, uma vez que as prefeituras, em crise há muitos anos, estão pagando, além das recentes declarações do Ministro da Educação e Cultura de que os repasses do FUNDEB já foram reajustados. “Não tem como, é uma lei federal que foi aprovada desde 2008 então, estamos lutando pelo nosso direito”, frisou.

Gisele garante que a adesão por parte dos professores da região de Picos tem sido total, uma vez que do contrário apenas acatar-se-ia a decisão do governo, por isso ela insiste na luta. Um ato está programado para acontecer no dia 15 de fevereiro.

Medidas estranhas

Além da exigência de que o piso salarial seja reajustado conforme determina a lei, os professores do Piauí estão lutando contra uma proposta da secretária de Educação, Rejane Dias, de que as escolas públicas estaduais sejam militarizadas, ou seja, passem a funcionar aos moldes das academias militares.

Para Gisele Dantas a proposta é “desastrosa”, pois a gestão das escolas ficaria nas mãos dos militares, o que ela considera um retrocesso. O governo alegaria que as escolas disponibilizariam de mais recursos caso sejam militarizadas, o que provoca estranheza do porquê desse dinheiro não ser disponibilizado logo. “Então é muito difícil, complicado e perigoso essa decisão que a Rejane Dias está tomando”, destacou.

Além desta, o sindicato se mostra contrário a “meritocracia”, outra proposta da SEDUC, através do qual as escolas com melhor desempenho nas avaliações serão premiadas. Os professores apontam que muitos fatores externos influenciam diretamente o desempenho de uma escola. Gisele ressalta que deveria ser realizado um diagnóstico de todas as unidades escolares para que elas se equiparem, e não selecionar aquelas supostamente melhores em detrimento de outras que não possuem a devida estrutura.

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