Domingo, 13 de Outubro de 2024

Forças policiais multarão mototaxistas sem cursos de especialização em Picos

Publicado em 01/08/2015
Por Jailson Dias
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Mototaxistas reclamam de excesso de obrigações/Jailson Dias

As forças policiais que atuam na cidade de Picos e fazem a fiscalização do trânsito local – Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar e Guarda Municipal – passarão a cobrar dos mototaxistas a realização de cursos de especialização para transporte de passageiros e de objetos, como fazem os “motoboys” ou “motofretistas”, sob a pena de não poderem mais trabalhar.

A cobrança dos documentos que atestem a realização desses cursos será baseada na resolução N° 401 de 02 de agosto de 2012, determinada pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Portanto, a resolução existe há dois anos e meio, mas apenas agora passa a ser cobrada em Picos.

Segundo o titular da Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, Manoel Vieira, a necessidade desses cursos de especialização veio a partir da regulamentação da profissão. Nesse momento todos os mototaxistas da cidade de Picos estariam sendo alertados para a necessidade de se especializarem, uma vez que esses dois cursos são obrigatórios.

Em Picos os dois cursos para transporte de passageiros e para transporte de objetos são oferecidos pelo SEST/SENAT e custam R$ 20,00 cada um. A carga horária é de 30 horas, com teoria e prática. Para poder se matricular o mototaxista precisa apresentar o alvará, principal documento de regulamentação da categoria, do contrário a taxa de inscrição sobe para R$ 120,00.

Oficialmente 500 mototaxistas trabalham na cidade de Picos, distribuídos em 51 pontos. No entanto, esse número pode ser bem maior, uma vez que os chamados “clandestinos” ainda fazem o transporte de passageiros, especialmente à noite, quando a fiscalização inexiste.

Descontentes

A informação de que são obrigados a fazer esses dois cursos caso desejem continuar exercendo a profissão não agradou a muitos mototaxistas picoenses. Fábio Charles Nunes Pimentel, que há 20 anos trabalha no ramo, comentou que há muita cobrança em cima da categoria, mas poucos benefícios para quem transporta passageiros em Picos.

“É curso que eles pedem a cada cinco anos, temos de pagar alvará, placa vermelha, temos de fazer tudo que eles pedem, mas benefícios para os mototaxistas, não tem nenhum, pois a concorrência é muito grande e desleal com os clandestinos. Sabemos que o que pedem é para melhorar, mas para nós fica a mesma coisa”, protestou.

Fábio Charles disse ainda que muitos mototaxistas estão temerosos de fazer os cursos receando não conseguir a aprovação ao final dos mesmos, pois alguns teriam pouca escolarização. A situação dos mototaxistas de Picos fica ainda mais complicada uma vez que não há união da categoria em forma de um sindicato.

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