Sábado, 12 de Outubro de 2024

Caso Nondas: Viúva é interrogada e sentença só deve ser anunciada no início da noite

Publicado em 12/06/2015
Por Marta Soares
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Antônia durante interrogatório/Folha Atual

 

Teve continuidade nesta quarta-feira, dia 18, o julgamento da empresária Antônia de Sousa Andrade, de 45 anos, acusada de ser a mentora intelectual do crime de assassinato que vitimou Epaminondas Coutinho Feitosa, seu marido. O crime ocorreu no dia 8 de junho de 2013 em Picos.

A ré chegou ao Fórum para ser interrogada por volta de 8h, porém a sessão só teve início às 9h40min. Em sua fala a acusada relatou detalhes de seu cotidiano com a vítima, negou a acusação de ser a mandante do crime e se emocionou ao falar sobre o relacionamento de Epaminondas com o filho.

“Eu quero justiça. Eu preciso desabafar o que está entalado há mais de dois anos. Meu filho sofre! Mataram o pai dele e enterraram a mãe dele junto”, declarou. Quanto relatava fatos ocorridos no dia do crime, familiares, especialmente a mãe e a irmã de Epaminondas, se emocionaram diante dos relatos.

Questionada pela promotoria se seu filho mais velho, identificado como Marcelo, era usuário de drogas, ela disse que apesar disso não interferir no andamento das investigações e do julgamento, responderia e afirmou que o filho já fez uso de drogas, mas que havia se recuperado.

Sobre o seguro de vida que beneficiaria Antônia e o filho mais novo, que não iremos declinar o nome por ser menor de idade, ela disse que sabia do seguro, mas que aquilo não tinha importância para ela. A promotoria questionou também os imóveis da acusada, que são em nome dos filhos da acusada e ela explicou que são em nome dos filhos mais velhos porque são oriundos da partilha de bens de seu primeiro casamento, cujo ex-marido é pai dos seus dois filhos mais velhos.

Diante da informação de que a acusada nunca visitou o túmulo do marido, sepultado na cidade de Jaicós, mesmo quando ainda estava em liberdade, Antônia disse que de fato, nunca o visitou e nem sabe onde fica, pois não gosta de ir a cemitérios. Ela se recusou a responder quantos tiros o marido levou durante a execução. No decorrer do julgamento, a acusada chorou bastante e pediu justiça, clamando que o verdadeiro mandante fosse descoberto.

Diante das perguntas incisivas do assistente de acusação, Solano Feitosa, a ré chegou a responder os questionamentos com outras perguntas, o que foi repreendido pela juíza, Nilcimar Araújo.

A defesa da acusada abordou o que seriam possíveis falhas da polícia. Nos vídeos apresentados à ré com o depoimento do acusado Teté, que a apontou como sendo a mandante do crime. No vídeo aparece o acusado Teté sendo interrogado por um delegado e o vídeo é descrito como tendo sigo gravado na presença da magistrada e de um promotor de justiça, porém não é provada a presença das citadas autoridades.

A defesa se apoiou também nos depoimentos da ré, onde informa que independente da ligação da mesma para a vítima, pedindo que este retornasse à casa do casal, local onde Epaminondas foi executado, ele retornaria, pois não costumava dormir fora de casa e também havia saído com o filho mais novo. O relato tenta excluí-la do seu envolvimento com o crime.

Duas juradas questionaram a ré. Uma perguntou se Toinha tinha recebido em sua residência a correspondência padrão do banco responsável pelo seguro do marido, onde contém informações importantes sobre o seguro. Antônia disse que não recebeu a correspondência e em seguida foi questionada se tinha conhecimento da abrangência do seguro, ou seja, se ele cobriria a morte em caso de morte natural ou não. Novamente Toinha disse que não tinha conhecimento.

A segunda jurada questionou se Toinha tinha conhecimento de possíveis traições do marido, mesmo diante dos relatos dela de que o casal mantinha uma relação feliz e estável. A acusada disse que também não tinha conhecimento do fato.

Por fim, a juíza Nilcimar fez seus questionamentos e concedeu intervalo de 40 minutos para almoço e a sessão será retomada logo mais ás 15h.

Outdoor colocado próximo ao Fórum de Picos

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