As grandes revistas semanais de informação: Veja, Isto É, Época e Carta Capital vêm passando por um mau momento, e não é de hoje. A queda vertiginosa dessas publicações, outrora dotadas de credibilidade e aceitação, revela discordância dos leitores quanto à linha editorial e a facilidade de conseguir informações na era da internet.
Para o senhor Joaquim de Oliveira Neto, mais conhecido por Quincó, dono de uma banca de revista na Praça Félix Pacheco, centro de Picos, as grandes revistas sofreram uma queda de 80% na vendagem. O fenômeno não é recente. Ele diz ter observado isso desde o ano de 2004, segundo ano do governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).
Para Quincó, cuja banca de revista é um movimentado ponto de encontro na Praça Félix Pacheco, a explicação para a redução nas vendas de revistas como a Veja está na sua linha editorial, que se tornou cada vez mais agressiva ao ex-presidente Lula, desconsiderando a alta popularidade que ele atingiu durante o tempo em que chefiou a república.
Os clientes passaram a entender a publicação como um folhetim partidário e foram deixando de compra-la. Hoje as revistas chegam na banca na segunda-feira e são devolvidas para as editoras no sábado, quase intocadas. A Veja já chegou a vender mais de um milhão de exemplares em uma semana, mas esses números caíram. Atualmente não se sabe ao certo quantas publicações circulam semanalmente uma vez que os números divulgados pela Editora Abril são questionados abertamente.
Pelo menos na cidade de Picos, Quincó informa que as revistas com maior tiragem são as que trazem publicações sobre novelas, celebridades, signos, horóscopo, consumidas pelo público feminino. Além dos gibis e revistas em quadrinho, muito procuradas por crianças.
Outras publicações que fizeram muito sucesso num passado recente foram a Playboy e outras revistas que veiculavam fotos pornográficas, mas com o advento da internet esse tipo de material quase desapareceu das bancas. A Playboy anunciou recentemente que não publicará mais fotos de mulheres nuas.
Em contrapartida nas bancas picoenses são encontrados cada vez mais livros, com grande ênfase para o espiritismo. “Pelo menos tem acontecido isso, umas deixam de vender, mas aparecem outras novidades”, comentou o comerciante.