Impedido de discursar vereador Diógenes abandona sessão da Câmara e fala em perseguição

Após chegar alguns minutos atrasado na sessão ordinária realizada na Câmara Municipal de Picos, na quinta-feira, 08, o vereador Diógenes Medeiros (PSB) teve o seu direito de usar a tribuna cassado pelo presidente do legislativo, Hugo Victor (PMDB), no momento em que fazia a sua inscrição para ser um dos oradores da tarde. O regimento interno da casa proíbe o uso da palavra por vereadores que chegam ao plenário depois do horário.

Inconformado com a decisão do presidente do legislativo e alegando que os vereadores da oposição estão sofrendo perseguição política, Diógenes Medeiros abandonou a sessão ordinária. Ele continuou acompanhando os trabalhos dos vereadores, ora do seu gabinete, ora do plenário.

Em entrevista, Diógenes Medeiros criticou o presidente da Câmara Municipal, Hugo Victor, declarando que ele usa a tribuna mesmo quando chega atrasado, prática comum a outros parlamentares, como o Edilson Alves de Carvalho.

“Só hoje aconteceu toda essa confusão, só porque eu cheguei atrasado. Esse ano foi a primeira vez que eu cheguei atrasado, e hoje disseram que o regimento tinha de ser cumprido, e eu pergunto: por que não foi cumprido nas vezes que o presidente chegou, nas vezes que o vereador Edilson chegou?”, comentou.

Diógenes argumentou que abandonou a sessão porque não queria assistir “os vereadores da situação baterem palmas para o prefeito”, optando por acompanhar os trabalhos como um “cidadão comum”.

Indagado sobre o assunto o presidente da Câmara Municipal, vereador Hugo Victor, disse ser constantemente cobrado para flexibilizar o regimento, independente de partido, já tendo permitido que vários vereadores usassem a palavra após chegar atrasados em ocasiões anteriores. No entanto, a partir de agora essa flexibilização acaba. “Estão cobrando da presidência, então vamos cumprir agora”, frisou.

Não é novidade

No início do seu mandato como presidente da Câmara Municipal de Picos, o vereador Iata Anderson (PSB), hoje licenciado, cassou o direito do vereador Edilson Alves de Carvalho (PTB) de usar a tribuna pelo mesmo motivo, ou seja, ter chegado depois do início da sessão.