Sindicalistas prometem mobilização contra terceirização do HRJL

A missão dos assessores técnicos da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, que na tarde de ontem, terça-feira, 15, vieram a Picos para explicar as consequências da terceirização do Hospital Regional Justino Luz (HRJL), não foi frutífera, uma vez que não convenceu servidores, sindicalistas e usuários sobre a entrega da gerência do hospital para uma Organização Social (OS). Para a representante do SINDESP, Maria Eliete Pereira, a sociedade deve se mobilizar contra essa medida do Governo Wellington Dias (PT).

“Nós dissemos para ele (o assessor técnico Francisco Passos) ontem que nós vamos nos mobilizar, que a sociedade repudia e vamos a partir de hoje criar movimentos”, comentou.

Essa mobilização terá como primeiro passo a solicitação realizada aos vereadores picoenses que na sessão ordinária da quinta-feira, 17, encaminhem um requerimento ao Governo do Estado pedindo o cancelamento do processo licitatório para contratação da Organização Social, aberto desde as 10h de ontem, terça-feira, 15.

Maria Eliete declarou que a explanação do assessor técnico Francisco Passos não esclareceu as inúmeras dúvidas da sociedade, nem dos vereadores presentes, uma vez que as perguntas não foram respondidas. Maria Eliete disse ainda que nas palavras do assessor o Governo do Estado teria assumido a sua “incompetência” em não saber administrar o Hospital Regional Justino Luz.

Uma das maiores preocupações com relação a terceirização do Hospital Regional diz respeito aos funcionários contratados, alguns com 25 anos de serviços prestados, e que até contribuem com o INSS. Muitos estariam absolutamente preocupados com a situação por medo de perderem o emprego. Em sua explanação Francisco Passos declarou que a OS vencedora poderá demitir servidores considerados excedentes.

Para a presidente do SINDSERM, Edna Moura, a terceirização do HRJL implicará no fim dos concursos, uma ambição pessoal dos acadêmicos das mais diversas áreas da saúde. Ela criticou ainda a forma obscura como o processo foi conduzido até o momento.

“Se o governador não abriu essa discussão com o município de Picos, ele traiu o município? Vieram aqui fazer uma propaganda enganosa que a terceirização é um exemplo de saúde pública de qualidade, mentira! O caos é maior nos hospitais terceirizados”, protestou.