A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, principal templo católico do município e cartão postal da cidade, domina a visão do centro de Picos, chamando a atenção de picoenses e visitantes. A sua estrutura começou a ser erguida nos anos de 1940 e foi concluída apenas na década de 1960, em um processo traumático para a população da época. Atualmente ela passa por mais uma reforma que, para o bispo diocesano Dom Plínio José Luz, em nada afeta a estrutura original do templo.
Embora o processo seja liderado pelo Pe. Chiquinho, pároco da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, Dom Plínio se mostra inteirado do processo e informa que a reforma está se constituindo basicamente da troca do piso da igreja, interno e da calçada, além da retirada da madeira que ficava afixada na parede.
“Aquela madeira foi colocada mais recente – década de 1980 - e percebeu-se que tinha muitos insetos, inclusive cobras, então o padre, com o seu conselho econômico, achou por bem retirá-la e voltar ao original como era antes e no patamar é para colocar um piso mais recente”, explicou.
O bispo diz ainda que o mais necessário é a fé da comunidade, destacando que algumas das pessoas que reclamam não seriam freqüentadores assíduos das celebrações religiosas. “Nós preservamos o visual da igreja que é bonito, mas o piso, por exemplo, precisava ser trocado por um mais resistente para dar mais qualidade ao ambiente”, comentou.
Indagado sobre a questão do “tombamento histórico” do templo pelo IPHAN, Dom Plínio diz que não vê necessidade nesse procedimento que restringe as ações da comunidade. A partir do momento em que o prédio ganha o reconhecimento de patrimônio histórico da humanidade, nenhuma medida pode ser adotada livremente. “Perde a autonomia, então não vejo necessidade, mas isso quem vai dizer é o futuro”, comentou.
Polêmicas
Como dito no início desta matéria a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios foi erguida sob a liderança do Pe. Madeira, nos anos 1940, inspirada na Igreja de Petrolina – PE. A ocasião virou um verdadeiro trauma para a população da época, pois o templo original construído pelo Frei Ibiapino em 1871 teve de ser demolido.
Ao longo dos anos o prédio sofreu modificações, como a mencionada madeira afixada na parede e as imagens dos santos das igrejas da região de Picos no teto sobre o altar, trabalho este liderado pelo Pe. Gregório Lustosa. Pela sua imponência e beleza a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios continua no centro das atenções da população picoense.