Quem for transitar pela BR-316, principal acesso Sul de Teresina, terá até uma hora a mais de viagem durante o período da Semana Santa. A buraqueira no trecho de 15 quilômetros da zona urbana teresinense promete tornar essa parte da rodovia a faixa de asfalto mais caótica do estado.
Outra péssima notícia é que os buracos tendem a aumentar por causa das chuvas que ainda caem em Teresina e pelo aumento do fluxo de veículos nesse período do ano.
A buraqueira é concentrada em menos de dez quilômetros. Mas tornou a entrada/saída da capital um martírio para quem entra ou sai de Teresina, bem como para quem transita diariamente no acesso aos bairros e localidades rurais do Extremo Sul da cidade.
O trânsito dessa região sempre foi problemático, pois recebe grande fluxo de veículos e tem apenas uma via de ida e uma de volta. No ano passado foi prometida, e até iniciada, a triplicação da parte urbana de Teresina na BR-316. Hoje só resta uma via cheia de mato e muita impaciência de quem circula por lá.
Nos horários de pico (início da manhã, meio-dia, final de tarde e início de noite) leva-se para percorrer o trecho de menos de cinco quilômetros e meio entre o Balão da Casa de Custódia (KM 6) até o balão do posto da Polícia Rodoviária Federal (Km 11) até mais de meia hora.
No período de grande movimentação há até 12 vezes mais lentidão que o normal (com velocidades médias de menos de dez quilômetros por hora), tornando o simples fato de chegar ou sair de Teresina um caos. Na maioria dos casos os carros trafegam a menos de dez quilômetros por hora em um zig zag perigoso, às vezes invadindo as pistas contrárias ou trafegando pelos acostamentos.
As chuvas constantes quase triplicaram em duas semanas o número de buracos. E não adianta tentar pegar vias alternativas: elas estão em pior estado e também com buraqueira.
A BR-316 é a segunda principal rodovia do Piauí. Liga Teresina a pelo menos 70% dos municípios do estado e a vários estados do Nordeste, Sudeste e Sul. É a principal entrada Sul da capital piauiense e interliga, em seus quase 15 quilômetros de trecho urbano, ao menos 12% da população da cidade até a região Central.
O trecho recebe um fluxo médio de 50 veículos (entre carros, motos, ônibus e caminhões) por minuto (nos dois sentidos). Com a chegada do período da Semana Santa esse número tende a aumentar em 50%.
O preocupante é que o trecho, já combalido pela falta de manutenção, tende a piorar, principalmente porque já são constantes engarrafamentos de mais de uma hora para percorrer os trechos envolvendo o final da Avenida Miguel Rosa (início da BR-316 propriamente dita em seu sentido Sul) até a Penitenciária Irmão Guido. Nesse trecho de menos de 20 quilômetros tem sido o maior calvário entre os motoristas que transitam por essa rodovia e tentam chegar, ou se deslocar, diariamente para o Centro da capital.
E muita gente da região de Picos passa por esse perrengue quase todos os dias.
Orlando Maurício de Carvalho Berti
Jornalista, nascido e criado no Sertão do Piauí, andando e conhecendo um série de faces e interfaces na região de Picos. Professor efetivo (Adjunto I – DE), pesquisador e extensionista do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo da UESPI – Universidade Estadual do Piauí. Estuda atualmente fenômenos comunicacionais ligados ao Sertão nordestino. Ex-professor e pesquisador dos cursos de Jornalismo da UESPI de Picos e da Faculdade R.Sá. É doutor em Comunicação Social pela UMESP – Universidade Metodista de São Paulo – por onde também é mestre na mesma área. Fez recentemente estágio doutoral na Universidad de Málaga, na Espanha.