Enquete expõe divisão de opinião dos picoenses sobre o casamento gay

O jornal e portal Folha Atual realiza periodicamente enquetes sobre temas polêmicos e de interesse público. Para essa 44° edição a equipe foi às ruas saber o que a população pensa a respeito da união civil entre pessoas do mesmo sexo ou casamento gay, como chamam alguns. Diferente da pesquisa realizada no portal, onde a maioria se mostrou contra - 14,28% a favor e 81,81% - as entrevistas diretas apontaram que as pessoas estão mais abertas a essa novidade.

Vale lembrar que anualmente é realizada em Picos a “Passeata da Diversidade”, culminância de uma semana inteira de palestras, que sempre conta com um grande número de participantes e expectadores, sem nunca ter sofrido represália alguma. Picos viu inclusive um casamento entre dois rapazes celebrado no Fórum Governador Helvídio Nunes de Barros, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF) que legislou a favor da união civil entre dois homens e duas mulheres.

Apesar disso o Congresso Nacional brasileiro nunca votou esse polêmico tema, que ainda sofre com a resistência de setores mais conservadores da sociedade, em especial dos grupos religiosos.

Nossa equipe começou conversando com Alan Kardec de Oliveira, recentemente formado em rádio e evangélico. Ele se declarou contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo usando como embasamento para a sua opinião a Bíblia, que descreve a constituição do homem e da mulher para “formar uma só carne”. Apesar disso ele informou que não discrimina quem pensa diferente. “Perante a Bíblia eu sou contra, mas se a sociedade concordar eu não posso ir contra a maioria”, comentou.

Pensando diferente o estudante de Letras Patrick Alisson de Sousa se declarou favorável a medida uma vez que nada mais faria do que igualar os direitos dos homossexuais aos heterossexuais. No entanto, ele não crê que o Congresso Nacional vá aprovar o casamento gay tão cedo. “É por conta, principalmente dos fundamentalistas. O fundamentalismo religioso está crescendo demais na sociedade”, frisou.

A jovem estudante Amanda Maria da Silva também se declarou favorável a união civil entre as pessoas do mesmo sexo por entender que também são seres humanos e deveriam ter direitos iguais a todo casal heterossexual. Ela declarou que tem muitos amigos gays e entende que a resistência é fruto de preconceito. “São pessoas, não deve haver preconceito apenas porque são do mesmo sexo”, ressaltou.