Empreendedores listam motivos para abandonar feira-livre e montar lojas

A cidade de Picos vive um fenômeno que pode ser notado pelo transeunte mais distraído, a grande quantidade de lojas de produtos com preços populares, peças de roupa, bonés, guarda-chuvas, dentre tantas outras. Essas lojas em sua maioria são de propriedade de ex-feirantes que decidiram abandonar o comércio informal e investir em negócios regulamentados com o pagamento dos criticados impostos.

Um exemplo dessa migração é o senhor Francisco Feitosa Gonçalves, 42, que trabalhou na feira de roupas de Picos por dois anos. Ele afirma que sempre comerciou com confecções e montou a loja porque ambicionava mais rendimento.

Ele disse que a procura das pessoas pelas peças de roupa compensa. Francisco Feitosa comenta que a procura dos clientes nos tempos em que tinha uma barraca na feira era satisfatória, mas como a loja os rendimentos são maiores, mesmo que tenha de pagar impostos. Os feirantes possuem um cadastro junto a Prefeitura Municipal, mas pagam apenas uma taxa.

Os comerciantes têm de pagar impostos e taxas como “Simples Nacional”, Instituto Nacional de Serviço Social (INSS) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Também oriundo da feira-livre Francisco Ivan, 47 anos, decidiu montar uma loja no ano de 2010. Ele acredita que a maior vantagem dessa migração é o maior giro de capital, mesmo que o lucro seja pequeno. Em contrapartida as despesas são maiores, graças as já citadas taxas e impostos.

“É melhor em certos sentidos porque temos firma registrada, CNPJ, e temos condições de comprar em outras fábricas, o que não seria possível estando na informalidade. No entanto, temos de trabalhar mais, buscando mais mercadorias, pois o lucro é menor”, explicou.

Quanto às vendas nesse período pré-carnaval, não estão sendo satisfatória, alguns acreditam que devido a seca prolongada. Os artigos que tem mais saída nesse período são calções, bermudas e roupas leves.