Chuvas irregulares preocupam agricultores de Picos

Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos existem pelo menos sete mil famílias que sobrevivem da agricultura familiar, o que, em números redondos, pode chegar a 20 mil pessoas. E todos os agricultores vêm demonstrando grande preocupação com a irregularidade do período chuvoso nesse “inverno”. Depois das fortes chuvas do final de 2014 estas parecem ter se afastado, gerando a interrogação se 2015 será igual ao ano passado, o que seria considerado um desastre.

“Nós já observamos muitas comunidades onde o pessoal começou a plantar, mas infelizmente por falta das chuvas, pararam novamente. E a situação da agricultura continua aquela mesma, não temos expectativa de colheita”, comentou o presidente do sindicato, Ricardo Raimundo de Araújo.

Ele reclama ainda que os tratores já deviam estar à disposição para arar as terras, frisando que as sementes estão demorando a ser distribuídas. Como no ano de 2014 não houve colheita, os trabalhadores precisam a todo custo da doação das sementes. Há ainda o problema da alimentação dos rebanhos, que podem não sobreviver se o período chuvoso desse ano for fraco. “Se continuar do jeito que está a tendência é acabar com o rebanho”, lamentou.

O sindicalista aponta que as famílias dos trabalhadores rurais estão sobrevivendo nos últimos três anos de seca graças a programas federais como o Bolsa Família, Garantia Safra e Bolsa Estiagem. No entanto, Ricardo frisa que são apenas paliativos, falta políticas mais eficazes, como o plantio através da irrigação, algo mínimo na cidade de Picos.

Chuvas fortes como as do final de 2014 poderia ter proporcionado muita água acumulada para ser utilizada na irrigação, mas como inexistem pequenas barragem ou outras formas de captação, a chuva veio e água se esvaiu rapidamente.