No Olimpo da Filosofia, reside o celebrado e festejado filósofo teutônico Friedrich Nietzsche, que, na sua peregrinação terrena, sofreu toda sorte de infortúnios, que se refletiram na sua majestosa e inspiradora obra. Não obstante o fato de seus escritos não terem sido acolhidos com entusiasmo pela comunidade acadêmica de seu tempo, hoje suas obras são lidas e discutidas com o devido respeito que merecem.
O filósofo do ANTICRISTO, entre tantos ensinamentos, asseverava que “O que não nos mata, fortalece”, ensinando-nos a suportar, com paciência, as agruras de dias tempestuosos. É, com essa asserção, que expressamos, em humildes palavras, o quanto, às vezes, somos acossados por mãos tão sensíveis quanto às do fraterno Caim e deixamo-nos abater, por conta disso, com desejos de mortificação do corpo e do espírito.
É nessa hora que a máxima supramencionada de Nietzsche revive nos que se baseiam em tal pensador para não ser ferido em demasia com o malho de seus algozes, antes, a partir desses covardes ataques, soa de bom alvitre que sejam extraídos ensinamentos para aprimorar nossas ações no enfrentamento a tais milhafres que sobrevoam nossas vulneráveis existências.
Certo é que todos nós, algumas vezes, nos sentimos indefesos, derrotados e tristes, em razão de perseguições perpetradas por uma minoria de calhordas (chefes, diretores, gerentes, professores, policiais, religiosos, familiares, etc.) que usam de meios rasteiros e ferozes para infligirem em nós toda sorte de males por sermos vistos como seus opositores.
O homem prudente e sábio, em face de um itinerário de passos de calvário e dor, deve buscar amadurecer o espírito, na medida do possível, em vez de dar azo a meios primitivos de desforra; fortalecendo-se e aprendendo a lidar com esses cães raivosos que insistem em babar e morder, num frenesi irrefreável de causar o mal, apenas como forma de satisfazer o ego inflado.
Calha lembrar que Nietzsche adorava regiões de montanhas, inclusive a topografia desses lugares, sobretudo de Sils-Maria, serviu de inspiração para suas reflexões, visto que comparava a escalada de locais altos como a própria superação humana, onde se exige ao alpinista força, determinação e, muitas vezes, até lágrimas, a fim de chegar ao cume da cordilheira.
Portanto, na escalada da vida, como é cediço, quanto mais nos aproximamos do topo, os ares ficam cada vez mais rarefeitos, dificultando sobremaneira os últimos passos da subida. O bom, ao final, é que, após termos atingido o ápice de nossa jornada, veremos que, do alto, só experimentamos sentimentos de calma e de deslumbramento com a vista, pois, nos céus, há apenas beleza e paz, por ser a residência dos deuses, enquanto os demônios e as almas atormentadas continuarão imersos no lodaçal de suas misérias, perseguindo e ferindo seus semelhantes da planície.
ANTONIO MADSON VIEIRA DE OLIVEIRA – SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL, LOTADO EM PICOS-PI