Um novo capítulo referente ao atraso dos contratados da Secretaria Municipal de Educação foi escrito nesta manhã (31). Com atraso de dois meses no pagamento de aproximadamente 600 contratados, o vereador Hugo Victor usou a tribuna da Câmara de Vereadores durante sessão para afirmar que a prefeitura de Picos efetuou o repasse para que fosse feito o pagamento destes contratados.
Para rebater a afirmação, o secretário de educação e vice-prefeito de Picos, Walmir Lima, convidou a imprensa local para uma coletiva onde esclareceu os fatos e apresentou documentos.
No início da coletiva o secretário fez uma breve explanação dos 18 meses em que está à frente da pasta. Ele ressaltou as conquistas da educação do município citando notas do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - participação dos alunos da rede municipal em gincanas e olímpiadas de português e matemática, além dos resultados favoráveis do PNAIC – Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa e outros.
Para explicar o atraso no pagamento dos contratados, Walmir apresentou o relatório financeiro fornecido pela prefeitura. Segundo ele, os repasses somam ao todo um milhão e novecentos mil reais e a folha de pagamento é de um milhão e trezentos mil reais (concursados) e seiscentos e oitenta mil reais (contratados), valor que supera o que é recebido pela secretaria.
“Não quero ser saco de pancadas, não quero receber pressões e com certeza esse conflito deve ter algum interesse que está fora dos interesses da educação. Pode ser interesse pessoal, interesse que eu jogue tudo pro ar e entregue a pasta para que alguém possa se beneficiar com isso. Mas quero dizer que não vou fazer isso. Estou limpo, não devo e quero trabalhar”, disse.
Para tentar amenizar as despesas da secretaria, Walmir disse que tentou enxugar a folha de pagamento ainda no início do ano: “No início do ano eu propus ao prefeito que a gente transferisse algumas escolas para outras próximas. Existem escolas com poucas turmas e alunos, com a transferência poderíamos diminuir a contratação de diretores, professores, merendeiras, vigias e outros. Mas por motivos pessoais ou por questões da administração, isso não foi acatado. Mas para 2015 o prefeito disse que terei liberdade para fazer isso”, disse.
Outra forma de enxugar a folha seria trazendo para a Sec. de Educação os servidores que estão cedidos para outros órgãos.
O Folha Atual questionou o secretário sobre a previsão de pagamento dos contratados, já que esta é a parte mais relevante da questão. Walmir respondeu que o último repasse para a Educação aconteceu no dia 03 de outubro, no valor de R$ 260 mil para completar o pagamento da folha de concursados. Sobre o pagamento dos contratados, ele garantiu que até o dia 10 de novembro a folha em atraso será paga.
Além das mudanças já previstas com o propósito de enxugar a folha de pagamento, está prevista a demissão de pelo menos 50 contratados: “Não vai ser por cara, existem critérios. Temos hoje cerca de 600 contratados e vamos demitir aproximadamente 50 deles inicialmente, mas até o dia 30 de novembro vamos chegar a marca de 90% de demissões”, finalizou.