Por Douglas Nunes
No ano de 2013, a jovem Gabriela Almondes Luz, de apenas 10 anos de idade escreveu um livro sobre a possibilidade da água desaparecer do planeta Terra. Na sua simplicidade de criança, ela definiu o que seja a realidade, um planeta sem água; Ou uma Nação, ou uma cidade!
Na página 10 do seu livro ela escreveu: "Água vale mais que dinheiro, mais que o ouro, mais que os diamantes..." Pura verdade. Que adiantaria uma grande fortuna ou pilhas de dinheiro sem a água para saciar a sede? Sem água não há vida. A prova disso está em São Paulo onde seus habitantes vivem um drama; seus moradores estão em desespero. São Paulo vive um dos piores momentos de sua história...
Não é mais um sonho ou fantasia brincar com a falta d’água, hoje é uma realidade.
A crise começa a sinalizar sua gravidade nos dias atuais com notícias quase que diárias sobre o racionamento de água, escassez de chuva e poluição dos lençóis freáticos. Essas notícias começam a circular em todo o Brasil. Vai faltar água no planeta.
Já diziam nossas avós que sabendo usar não vai faltar. O velho ditado é cada dia mais atual, assim como a necessidade de utilizar com sabedoria o que temos. A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem conseqüências. Cada setor da economia, cada fatia da sociedade, tem sua parcela de responsabilidade nessa história.
Aqui na nossa cidade de Picos, somos muito privilegiados, temos água de sobra e potável, água mineral captada de lençóis freáticos, mas esbanjamos para atividades que não exigem um líquido tão puro, como a lavagem de ruas ou de carros. Estou cansado de ver as pessoas "varrerem" a sujeira nas calçadas de suas casas, com a mangueira de água. Um desperdício. Não importa saber se pagarão a conta, importa saber que aquela água é um patrimônio da humanidade... Pertence a um e a todos. É como o ar que respiramos num mesmo ambiente, a Terra.
Mais de mil municípios do Nordeste brasileiro estão em situação de emergência por causa da seca. Mesmo assim, milhões de litros de água são desperdiçados todos os dias.
Uma riqueza natural tratada com descaso no município de Cristino Castro onde dezenas de poços jorram sem parar. Alguns abastecem piscinas de restaurantes e hotéis, outros não servem para nada. A vazão de um único poço é de um milhão de litros de água por hora. O que é desperdiçado no local seria suficiente para abastecer 13 cidades com 10 mil habitantes.
Com certeza o seus moradores vão lamentar o desperdício quando um dia secar, a força da água não mais chegar a 30 metros de altura. Chegará então a 15 metros, 10 metros, 5 metros, 3 metros. Vai secar, nada é eterno e aí, virá a dor e a miséria para os netos e bisnetos que reclamarão de seus antepassados inconsequentes.