Por Marta Soares
Com a chegada do mês mais colorido do ano, os grupos de Quadrilhas mostram o trabalho que é iniciado meses antes das festas juninas. É investimento pessoal, ensaios e muita expectativa para a vitória nos festivais regionais. Em Picos, a quadrilha “Verde e Amarelo” tem 24 anos de história e já faz parte da tradição junina.
Para 2014 o grupo escolheu como tema “O Amor e a Saudade das Festas Juninas”. Segundo Davi Ângelo, um dos integrantes do grupo, esse tema mostra o amor que os “quadrilheiros” carregam pelo São João e a saudade que fica com o fim das festas juninas
Davi já faz parte do grupo há aproximadamente três anos e conta que juntamente com os demais integrantes, modernizaram a Quadrilha, deixando-a com ares de espetáculo. “Começamos a estilizar a Quadrilha, deixando-a de um modo mais atual, mais moderno, mas fazemos questão de preservar a tradição, mantendo alguns passos e personagens”, disse.
O grupo já participou de vários eventos na modalidade estilizada. Em 2010 e 2011 ficou em 1º lugar no Festival de Quadrilhas do Programa Odorico Carvalho e em 2012 ficaram com o 2º lugar. Ainda em 2011 receberam o 3º lugar no Festival de Quadrilhas do Comercial Carvalho, em Teresina. No ano de 2013 venceram o Festival de Quadrilhas de Picos e de São João da Varjota. Em 2014 já participaram de dois festivais na cidade de Valença do Piauí, onde recebeu o 2º lugar na categoria “Casal Folguedos”, com o casal Francine Miranda e Gabriel Kevin e venceram na categoria “Casal Lampião e Maria Bonita”, com o casal Davi Ângelo e Ruthe Barão.
São meses de preparação e investimento financeiro pessoal para no mês de junho se apresentarem levando e mantendo a tradição das festas juninas. Segundo Davi, o investimento para que tudo saia como é planejado chega a aproximadamente R$ 10.000,00 (dez mil reais). Para tanto, são realizadas rifas e bingos. Só o figurino dos 50 dançarinos custou em média R$ 7.000,00 (sete mil reais).
Além da “Verde e Amarelo” existem na cidade de Picos outros grupos como é o caso da “Arrasta Pé dos Caipiras” e a “Aquarela Junina”. Buscamos o contato com representantes das outras Quadrilhas, mas não tivemos retorno. Davi disse ao Folha Atual que uma das dificuldades é a falta de uma associação que represente os grupos, assim como existem com as escolas de samba: “Ainda hoje não sabemos se a Prefeitura de Picos vai realizar o São João, estamos indo para outras cidades mostrar nosso trabalho e nosso amor ao São João. Se tivéssemos uma associação que nos representasse, teríamos mais força para cobrar das autoridades”, finalizou.