O Brasil emitiu 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente ao longo de 2024, registrando queda 16,7% nas emissões brutas de gases do efeito estufa, em relação a 2023, quando foram emitidas 1,576 toneladas. Mas se por um lado o país inteiro vem reduzindo as emissões de gases poluentes na atmosfera, há estados onde esse número aumentou. E o Piauí é um deles.
Ao contrário do restante do Brasil, o Piauí faz parte do grupo dos cinco estados onde houve aumento da emissão de gases do efeito estufa em 2024. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (03) pela rede Observatório do Clima, na 13ª Edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O levantamento traz um panorama de 2024 a partir das mudanças de uso da terra, agropecuária, energia, processos industriais e resíduos.
No recorte por estado, Rondônia, Pará e Mato Grosso foram os campeões na redução de emissões brutas, com redução de 65%, 44% e 44% respectivamente. Apenas o Piauí, Minas Gerais, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram aumento nas emissões de 2024, em relação ao ano anterior.
A queda registrada no último ano é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais significativa da série histórica iniciada em 1990, quando os dados revelaram uma diminuição 17,2% na poluição climática. Quando consideradas as emissões brutas por setor, do total de 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente em 2024, a mudança de uso da terra respondeu por 42%, a agropecuária foi responsável por 29%, o setor de energia emitiu 20%, enquanto os resíduos e os processos industriais foram responsáveis por 5% e 4% respectivamente.
No Brasil, o setor de mudança de uso do solo é o maior responsável pelas emissões desde o começo da série histórica. Em 2024, o setor foi responsável pela emissão de 906 milhões de toneladas de CO2, sendo que 98% desse total tem origem no desmatamento. Segundo a pesquisadora Bárbara Zimbres, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), desde 2022, o setor tem observado queda nas emissões decorrente do aumento do controle do desmatamento. “No último ano a gente teve a maior queda nas emissões brutas de 32%”, destacou.
SEMARH elabora inventários de emissões de gases
A emissão de gases do efeito estufa está diretamente relacionada com a queda da qualidade do ar que se respira. Mesmo o Piauí estando no grupo de estados que aumentou a emissão de gás carbônico equivalente, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) afirma que vem ampliando esforços para monitorar e mitigar os efeitos da poluição atmosférica.
Entre os principais poluentes monitorados estão o material particulado, ozônio, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e dióxido de enxofre. Todos eles estão relacionados às atividades humanas, como tráfego de veículos e processos indústria, e também às condições climáticas extremas.
“Ao identificar as principais fontes de poluição e os padrões de concentração desses poluentes, conseguimos adotar medidas mais eficazes de mitigação e adaptação climática, voltadas para redução de emissões de gases poluentes e para minimizar os impactos decorrentes dessas emissões. Nosso objetivo é reduzir riscos à saúde da população nos preparar para enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global”, destacou o gerente de Mudanças Climáticas da Semarh, Daniel Marçal.
A Semarh está elaborando ao Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), programas de arborização urbana, prevenção e combate a incêndios florestais e ações voltadas à conformidade climática.
Fonte: Portal O Dia