Piauí cria sala de monitoramento para casos suspeitos de intoxicação por metanol

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí instalou, nesta segunda-feira (6), uma Sala de Situação voltada para o monitoramento e acompanhamento de casos de intoxicação por metanol. O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Fundação Municipal de Saúde (FMS), Ministério Público do Piauí (MPPI), Ministério da Saúde (MS) e da Diretoria de Polícia Científica (DEPOC). A reunião teve como objetivo alinhar e agilizar as ações de investigação, atendimento e monitoramento dos possíveis casos no estado.

Durante a reunião, foram definidas estratégias para garantir agilidade na identificação e tratamento das vítimas. A Sesapi apresentou o fluxo de investigação e destacou a importância da notificação imediata dos casos suspeitos ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), responsável por centralizar as informações e acionar as equipes competentes.

O secretário Chico Lucas ressaltou a importância da articulação entre os órgãos de segurança, saúde e controle sanitário para garantir uma resposta rápida em situações de emergência. “Instalamos uma Sala de Situação que reúne diversas instituições para que o Estado atue de forma imediata em casos de suspeita de consumo de metanol. A principal orientação é que, diante de qualquer suspeita, o profissional de saúde notifique o CIEVS. Essa notificação é essencial para que o Estado possa agir com rapidez e administrar o antídoto quando necessário”, pontuou o secretário.

Ficou definido que a notificação é obrigatória por lei e que a omissão poderá gerar responsabilização administrativa. “Os profissionais de saúde têm o dever legal de comunicar os casos suspeitos. Se isso não ocorrer, colocamos em risco vidas e a efetividade da resposta do sistema público de saúde”, pontuou Chico Lucas.

Segundo o perito-geral de Polícia Científica, Antônio Nunes, o Estado possui capacidade técnica para realizar os exames de identificação do metanol, por meio de cromatógrafos gasosos. “O Piauí possui três cromatógrafos em funcionamento e dois novos equipamentos já foram adquiridos, um será destinado a Parnaíba e outro a Floriano. Isso permitirá que o diagnóstico seja feito também no interior do Estado, garantindo mais agilidade e precisão nos resultados”, explicou.

Durante a reunião, ficou definido que a Vigilância Sanitária será responsável por coordenar o grupo técnico encarregado de elaborar uma Nota Técnica conjunta. Essa orientação visa instruir hospitais e unidades de saúde sobre os procedimentos de coleta e notificação de casos suspeitos, garantindo que a confirmação diagnóstica seja feita em tempo hábil para o tratamento das vítimas e o rastreamento das possíveis fontes de contaminação.

A Sesapi, por meio do CIEVS, disponibiliza um canal de atendimento 24 horas para que os profissionais de saúde possam notificar casos suspeitos de intoxicação. As notificações podem ser feitas pelo telefone (86) 99497-0993.

Piauí tem dois casos em investigação

A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informou nesta segunda-feira (6) que está investigando dois casos suspeitos de intoxicação por metanol registrados no município de Parnaíba, no litoral do estado. De acordo com a secretaria, os pacientes deram entrada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) em dias diferentes: o primeiro caso foi registrado na sexta-feira (3) e o segundo, no sábado (4). Ambos receberam atendimento médico imediato, apresentaram boa evolução clínica e já receberam alta hospitalar.

O Ministério da Saúde anunciou que recebeu 217 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Desse total, 17 casos foram confirmados e 200 estão em investigação. O boletim mais recente com atualização dos casos foi divulgado pela pasta na noite desta segunda-feira (6). São Paulo concentra a maioria dos casos: 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação. Além de São Paulo, o Paraná teve dois casos confirmados e quatro estão em investigação.

Fonte: Portal O Dia