Suspeitas de casos de dengue alarmam moradores do bairro Canto da Várzea

Moradores das ruas Guarani I, Guarani II e Hilda Policarpo, do bairro Canto da Várzea, estão alarmados com as suspeitas de casos de dengue verificadas nesse início de ano. Inúmeras pessoas, algumas de uma mesma residência, alegam estar sentindo os sintomas da doença, que vão desde febre, dor muscular, até dor nas pernas. Dentre essas pessoas está o agricultor João Rodrigues Leonidas, 61 anos. Ele alega ter conhecimento que mais nove pessoas estariam com sintomas parecidos aos seus.

Há três dias sentindo dores pelo corpo e com febre alta, ele informou que a sua esposa estava na mesma situação, já tendo se recuperado parcialmente da enfermidade.  

Procurando medidas o senhor João Leônidas afirmou ter conversado com agentes de vigilância epidemiológica e os mesmos alegaram que o carro fumacê, que despeja no ar o veneno necessário para eliminar o mosquito Aedes Aeghpty, causador da dengue, não estaria circulando pelas ruas por falta de combustível. “Se der essa doença, do jeito que deu em mim, em uma pessoa fraca, ela não escapa”, alertou.

Também morador da Rua Guarani I, o motorista Mansueto de Lima Coutinho, mais conhecido por bula, 43, listou o nome de outras pessoas que também estariam sofrendo com os sintomas da dengue. Antes de nossa equipe chegar à rua, uma equipe de agentes tinha acabado de fazer uma vistoria em terrenos baldios constatando a existência de recipientes jogados ao relento com água acumulada e larvas de mosquitos.

Vigilância Epidemiológica

Nossa equipe entrou em contato com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Picos, enfermeira Kariely Alencar. Ela informou que até o momento não foi registrada nenhuma notificação de dengue no bairro Canto da Várzea, mas sabedoras das suspeitas, enfermeiras do posto de saúde do bairro já estão realizando o trabalho de fiscalização a fim de constatar a existência da doença.

Confirmando-se os focos de dengue e a realização das notificações, a Vigilância Epidemiológica pode começar a tomar as medidas para evitar uma epidemia, que em casos mais graves, como a dengue hemorrágica, pode ser fatal. Alguns casos de dengue já foram confirmados na cidade de Picos, como no povoado Curralinho. As medidas foram adotadas para conter o avanço da doença.    

Carro fumacê

Quanto à denúncia de que o carro fumacê não estaria circulando por falta de gasolina, o coordenador do Centro de Zoonozes de Picos, Agenor de Souza Martins, disse que ela não procede. Ele alega que a circulação desse veículo não está acontecendo porque a Regional de Saúde estaria sem o inseticida utilizado para eliminar o mosquito transmissor da dengue. O produto é regulado pela Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, e já estaria no Piauí nessa semana.

No entanto, Agenor Martins informa que o carro fumacê é um dos últimos recursos utilizados contra o mosquito da dengue. Antes disso os órgãos responsáveis procuram combater o foco antes que ele se propague, medida que já estaria sendo adotada pela Vigilância Epidemiológica.