Em pleno 2025, a diferença salarial entre homens e mulheres ainda persiste como um reflexo das disparidades econômicas e estruturais do mercado de trabalho. Por mais que tenham conquistado espaço nos últimos anos, o valor do trabalho delas ainda é subestimado. O IBGE revelou, nesta quinta-feira (08), que as mulheres recebem menos do que os homens no Piauí e essa diferença salarial é de quase R$ 400.
A pesquisa PNAD Contínua traz dados relacionados ao rendimento médio provenientes do trabalho de acordo com grupos etários, étnicos e o sexo. Em 2024, no mercado de trabalho piauiense os homens recebiam em média R$ 2.360, enquanto as mulheres, R$ 1.697. Ou seja, elas recebiam cerca de 16,6% a menos que eles. A diferença é de R$ 393.
A progressão do rendimento médio também foi menor no caso delas. De 2012 a 2014, por exemplo, as mulheres piauienses tiveram um aumento de R$ 545 em seus salários. Os homens tiveram um incremento de R$ 567, ou seja, R$ 12 a mais no mesmo período.
O valor que o piauiense recebe por seu trabalho também varia de acordo com a faixa etária. Jovens recebem menos e os mais velhos recebem mais. Aqueles entre 18 e 29 tiveram o menor rendimento proveniente do trabalho no Estado em 2024, com cerca de R$ 1.576. A faixa etária seguinte, de 30 a 39 anos, apresentava um rendimento médio no trabalho de R$ 2.217, ou seja, quase 41% a mais que o grupo etário mais jovem.
À medida que se avança na idade, aumenta o rendimento proveniente do trabalho no Piauí. Pessoas de 40 a 49 anos, por exemplo, apresentaram um rendimento médio de R$ 2.365; já as de 50 a 59 anos tiveram rendimento médio de R$ 2.568. Aqueles que têm 60 anos ou mais recebem, em média, R$ 3.207.
Jovens pretas ou pardas recebem menos
A PNAD Contínua do IBGE mostra que se a trabalhadora piauiense for preta ou parda, ela tende a ter um rendimento financeiro médio menor ainda. Pessoas brancas no Estado têm rendimento médio de R$ 2.913 ao passo que a população de cor parda vinha em seguida, com um rendimento médio de R$ 20.62, cerca de 29,2% a menos que as pessoas brancas. Já a população de cor preta apresentou um rendimento médio do trabalho de R$ 1.870, cerca de 35% a menos que a população branca.
Apesar da diferença ainda persistir, ela tem dado passos para uma diminuição. É que na série histórica apresentada pela pesquisa, a população preta do Piauí foi a que apresentou a maior evolução no rendimento do trabalho, com crescimento de 49,5%, tendo passado de R$ 1.251 em 2012 para R$ 1.870 em 2024. Na sequência vem a população de cor branca, que apresentou um crescimento no rendimento do trabalho de cerca de 42,5%, tendo passado de R$ 2.044 em 2012 para R$ 3.913 em 2024.
Já a população de cor parda teve o menor crescimento no rendimento do trabalho: cerca de 30,83%, tendo passado de R$ 1.576 em 2012 para R$ 2.062 em 2024.
Aumentou o número de piauienses com alguma fonte de rendimento
Segundo o IBGE, em 2024 mais da metade da população do Piauí teve rendimento de alguma fonte. Os 64,2% identificados na PNAD configura um recorde histórico na pesquisa desde o seu início, em 2012. Significa dizer que no ano passado, boa parte da população piauiense possuía fonte de renda. O crescimento foi de 57,4% em comparação com 2012.
Fonte: Portal O Dia