Dia 15 de Outubro comemora-se o Dia do Professor e eu lembrei-me dele hoje assim como me lembrei de meu pai que foi professor. Como esquecer o Professor?
O Dia do professor teve origem com o professor Salomão Becker que sugeriu um encontro no dia 15 de Outubro para uma pequena confraternização entre professores e alunos e que se traziam doces e demais quitutes. Na ocasião deste encontro, o professor em discurso afirmou que seria bacana manter essa confraternização feita de forma atual. A celebração começou então a ser adotada em várias escolas, que iam além de Piracicaba, cidade do professor Salomão até que foi oficializada nacionalmente pelo Decreto Federal de 14 de Outubro de 1963.
O Dia do Professor é comemorado em mais de cem países e somente em três, China, Grécia e Turquia o professor é respeitado como tal. Enquanto no Brasil e França consideram que o magistério se assemelharia à profissão de bibliotecário, ao passo que, no Japão, professores são comparados a funcionários públicos e na China, o docente chega a ser visto como um médico.
O meu pai Alberto de Deus Nunes deixou-nos um soneto ilustrando como padecia o professor naqueles tempos da década de quarenta e cinquenta. O soneto “A profissão de professor”, além de ser uma homenagem ao professor, lembra a necessidade de grandeza e de sublimidade do mestre mesmo pobre, enquanto esboça o quanto o professor moralmente pobre, pode ser indigno da missão de professor.
Nos catorze versos com rimas alternadas, o poeta usa quatro palavras que se escalássemos ficariam assim: Nobre esplendor pobre professor; Nobre esplendor pobre professor; Esplendor nobre professor; Esplendor pobre professor!
A PROFISSÃO DE PROFESSOR
A profissão de professor é nobre
Reveste-se de um mágico esplendor
Embora seja de algum modo pobre,
É nobre a profissão de professor.
Ele prepara e faz o homem nobre
Faz florescer talentos de esplendor
Dá mil riquezas, muito embora pobre
Quão nobre é a profissão de professor.
Encanta-nos, de certo, esse esplendor
Quando, zelando profissão tão nobre,
Impõe-se, altivo e reto, o professor.
Mas como é triste a falta de esplendor
Na ação do mestre moralmente pobre,
Indigno da missão de professor!