Nesta terça-feira, 15 de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Professor. Com o feriado escolar os professores se confraternizam pelo exercício de uma das profissões mais importantes da sociedade e, ao mesmo tempo, ainda pouco valorizada. Muitos são os relatos de situações estressantes vividas pelos professores em todo o país. Nossa equipe conversou com alguns desses profissionais para avaliarem como anda a qualidade do trabalho na cidade de Picos.
O professor da rede privada e pública estadual de ensino, Deivison Moura Chagas, cita que ainda são muitos os desafios a serem superados, como o grande número de licenciados nas diversas áreas do conhecimento e a ausência de concursos públicos, o que por vezes favorece o ingresso de apadrinhados políticos nos quadros da educação. "A própria prefeitura prefere colocar pessoas sem formação, mas com apadrinhamento político, do que um profissional graduado”, lamentou.
Quanto ao polêmico tema do relacionamento professor-aluno, uma vez que a sociedade ocidental vive uma quebra de hierarquia, Deivison comenta que procurar estabelecer uma relação de parceria com os educandos, conquistando assim o seu respeito. “E deve haver uma tentativa de aproximação com o aluno, para que você possa ser respeitado porque o aluno gosta de você e não porque tem medo de você”, relatou.
Com 17 anos de profissão, passando desde a alfabetização a pós-graduação, a professora Ana Karina Sampaio conta que nas séries iniciais é preciso “desafiar” o educando a estudar, situação que melhora a medida que o estudante vai avançando em sua escolaridade. Mesmo contando com a boa vontade do estudante, ela cita que o Estado precisa investir mais.
“A coisa melhora no ensino superior, o aluno já quer, mas aí chegou lá sem base, e o governo não valoriza, e tudo vai se reproduzindo desordenadamente, sem política publica eficaz e sem reconhecimento, fazer o quê?”, indaga.
Para a professora o relacionamento entre educador e educando tem melhorado muito nos últimos tempos. “Hoje é mais democrático, participativo por conta das mudanças filosóficas que embasam a concepção de educação, a dialética hoje é mais presente. Mas esse relacionamento muda conforme a modalidade e a instituição”, finaliza.
Avanços
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (SINTE), Regional de Picos, Giselle Dantas, os professores têm motivos para comemorar, embora avanços ainda devam ser conquistados.
Os educadores vivem na iminência de receber mais um reajuste no piso salarial, que acontece anualmente. Atualmente o piso é de R$ 1540,00. Ainda não há uma expectativa da porcentagem desse aumento, mas o governo do Estado sinalizou que cumprirá a determinação do Ministério da Educação e Cultura. (MEC).