No final desta manhã a Vigilância Sanitária de Picos recebeu denúncia feita por transeunte, informando que crianças na rua 1º de Maio,no bairro Catavento, estavam brincando com frascos (tubos de ensaio) que continham sangue humano, provavelmente oriundo de laboratório de análises clínicas. Mais de 300 frascos foram encontrados.
Os tubos com sangue estavam em um terreno baldio nas proximidades do Supermercado Carvalho e segundo o fiscal da vigilância, Danúbio Soares, este material deveria ter sido descartado da forma correta: "Isso aqui é um agravante à saúde da população e às questões ambientais porque se trata de sangue e sangue contém vírus, bactérias, protozoários e uma série de outros agravantes que podem contaminar outras pessoas".
O contato com frascos desta natureza pode ocasionar a transmissão de doenças como Hepatite B, Hepatite C, Síflis e HIV, caso o sangue esteja contaminado com uma destas doenças.
Danúbio informou ainda ao Folha Atual que situações como esta ferem a legislação pertinente, como a resolução 358 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 316, que fala de resíduos provenientes dos serviços de saúde. O gerador destes resíduos deveria ter acondicionado este material em recipiente resistente e identificado, colocado em saco plástico branco leitoso e dado o seu destino final como está preconizado na lei.
Danúbio Soares, fiscal da Vigilância Sanitária
Nos tubos de ensaio com sangue, estão informações como nome e data de nascimento. A Vigilância tentará descobrir a origem deste material e após isso, fará boletim de ocorrência para que sejam tomadas as providências cabíveis. De acordo com Danúbio, isso fere também o código de ética, já que não é permitido fazer o descarte deste material com a identificação do paciente.
Os laboratórios de análises clínicas possuem prazo até o dia 31 de dezembro de 2013 para apresentar à Vigilância Sanitária o Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde. Picos possui atualmente 18 laboratórios, como informa o fiscal. Se estes não apresentarem o plano de gerenciamento requerido dentro do prazo estipulado, a partir de 1º de janeiro de 2014, eles estarão cometendo infração sanitária e serão punidos.