Professores mantém greve e promovem manifestação contra Wellington Dias em Picos

Após assembleia geral realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Regional de Picos (SINTE-PI), os professores saíram em passeata pelas ruas e avenidas centrais da cidade. A categoria manteve a greve, que já se estende por quase duas semanas, e protestou com veemência contra o governador Piauí, Wellington Dias (PT).

Além da utilização do carro de som, que amplificava as palavras de ordem denunciando o governador, os manifestantes também faziam uso de faixas com dizeres como: “Governador sem compromisso, educadores sem direitos, alunos sem aula”; “Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier”; dentre inúmeras outras.

Nem a leve chuva desta manhã intimidou os docentes, que denunciavam à todo instante o descaso com a Educação no Piauí e pediam o apoio dos pais dos estudantes.

A presidente do SINTE-PI, Giselle Dantas, afirmou que a greve dos professores tem crescido a cada dia, com destaque para a regional de Picos. Sobre a assembleia de hoje, ela informou que o diálogo está aberto, mas a classe não pretende renunciar à paralisação por tempo indeterminado, uma vez que em 2019 os docentes cederam ao governo, mas os resultados não foram os esperados.

Presidente do SINTE-PI, Giselle Dantas

“Nós conseguimos a adesão das quatro escolas de tempo integral, de Santa Cruz, Monsenhor Hipólito e as duas aqui de Picos, então já é uma grande visibilidade”, comentou.

Dentre as inúmeras reinvindicações dos professores, destacam-se o reajuste do piso salarial nacional, que o governador se recusa a implementar. Os professores pedem 4,17% referente a 2019 e 12,84% referente a 2020. Contudo, a proposta apresentada pelo Governo do Estado e encaminhada na segunda-feira (17) para a Assembleia Legislativa cita apenas os 4,17%.

Professor José Wilson

O professor José Wilson, que tem 57 anos e 27 de sala de aula, lamenta a forma como o governo trata a educação, destacando que todos os anos os docentes tem sido obrigados a lutar pelo reajuste assegurado em lei. “Ele (Wellington Dias) está se negando a pagar o nosso piso básico; nesse ano temos 12,84% e novamente o governador desrespeita, disse que não paga porque está dentro do limite prudencial, mas como deixará de atingir esse limite se ele contrata constantemente? São 30 deputados que ele mantem”, declarou.

José Wilson citou ainda que paga R$ 600,00 mensais por mês do PLAMTA, mas o programa tem oferecido a possibilidade dos servidores do estado o utilizarem em caso de problema de saúde.