Quarta-Feira, 19 de Novembro de 2025

Acadêmicos da Uespi de Picos denunciam sucateamento da instituição pelo governador

Publicado em 02/08/2019
Por Jailson Dias
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Estudantes e servidores da Uespi de Picos/Jailson Dias

Os acadêmicos e servidores terceirizados da Uespi – Campus Professor Antônio de Barros Araújo de Picos estão denunciando o que eles chamam de “sucateamento” da instituição por parte do governador do Piauí Wellington Dias (PT). Na manhã da quarta-feira, 02, os estudantes, juntamente com os servidores terceirizados da limpeza, fecharam os portões do prédio, localizado no bairro Altamira, por meia hora. Ninguém foi impedido de entrar, o ato foi simbólico.

O acadêmico de Jornalismo e diretor de secretaria do DCE da Uespi, João Pedro Nunes, relatou vários problemas no campus local, que vão desde a falta de assistência para os estudantes, falta de professores, evasão de alunos, falta de salas de aulas para acomodar a comunidade acadêmica. “Então, estamos aqui para dizer que estamos unidos e não vamos baixar a cabeça diante desse descaso”, destacou.

João Pedro informou que a mobilização continuará nos próximos dias, promovendo assembleias e conversando com os acadêmicos de todos os cursos.

João Pedro

A estudante de Direito e diretora de planejamento do DCE, Kirllyan Crys, informou que o fechamento dos portões foi um ato organizado pelos alunos de Agronomia e Biologia, recebendo apoio do diretório. Ela relata a situação dos cursos quanto a ausência de professores. “No curso de Direito, nós temos aula, que é o básico, e nem isso os outros cursos estão tendo; inclusive os contratos dos professores substitutos do meu curso serão encerrados nesse ano, ou seja, vamos começar a sofrer dos problemas que Contábeis e Jornalismo sofrem”, relatou.

Kirllyan Crys

Terceirizados

A situação dos servidores terceirizados da Uespi é dramática. Daniela dos Santos Moura, que trabalha há cinco anos na IES, informou que o seu salário está atrasado há três. Esse problema começou a ser verificado ao final de 2014, com a ausência dos repasses dos vales alimentação, depois vieram atrasos consecutivos.

“Estou com dois anos sem tirar férias, não recebemos os salários, só tem promessas e nada disso ser concretizado, e antes de mim tem pessoas que venderam férias, mas nunca receberam”, comentou.

Daniela dos Santos Moura

Daniela informou que gasta R$ 6,00 no seu deslocamento diário para a Uespi, ou seja, está gastando para trabalhar. Além disso ainda tem a questão do FGTS. “Do meu FGTS só foi depositado R$ 332,00 durante esses cinco anos, é descontado, mas não faz o deposito; agora, quando teve o saque dos R$ 500,00, só pude sacar o que tinha que era os R$ 300,00”, lamentou.

A direção

A diretora da Uespi de Picos, Profa. Dra. Janaína Alvarenga, informou que a situação se deve a ausência de autonomia financeira da instituição, que depende do Governo do Estado, e nesse momento o Piauí está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que dificulta a solução dos problemas.

“Existe a falta de professores, alguns cursos estão precisando, mas estamos cientes do que está acontecendo e estamos passando esses problemas para a administração superior, que tem dialogado com o governador do estado e com os órgão que precisam, como a SEFAZ (Secretaria Estadual de Fazenda”, explicou.

Profa. Dra. Janaína Alvarenga

Segundo a diretora, os cursos com maior carência de professores são: Jornalismo, Administração, Contabilidade e Educação Física. Ela informou que os servidores terceirizados da Brasão Vigilância receberam um mês de salário e vão receber o próximo e os funcionaram da Limpel já receberam um mês e mais tíquetes de alimentação.

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