Grito dos Excluídos de Picos aborda críticas contra a exploração do trabalhador, violência, agrotóxicos

A 25° Marcha do Grito dos Excluídos de Picos, realizada na manhã desta sexta-feira, 06, abordou diversas temáticas que afligem a sociedade, mas muitas vezes são ignoradas, como a exploração contra o trabalhador, a violência contra a mulher, os direitos dos servidores públicos, respeito pelo meio ambiente, liberação de agrotóxicos. As diversas faixas e cartazes expondo esse protesto, bem como as falas das lideranças, estavam dentro do tema geral do evento nesse ano: “Vida em primeiro lugar”, cujo lema era: “Esse sistema não vale – lutamos por justiça, direitos e liberdade”.

O evento teve início às 7h30min, com a marcha partindo da Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus, culminando na Praça Félix Pacheco. Lá, em frente ao Banco do Brasil, aconteceu um ato público. Todas as pessoas que empunhavam as faixas, formaram um círculo, em seguida foram realizadas as falas das lideranças e participantes.

O Pe. Assis, um dos organizados do Grito dos Excluídos, avaliou que o movimento aconteceu dentro do esperado, atraindo a atenção dos milhares de transeuntes que passavam por Picos hoje. Ele destacou que a desvinculação do 7 de Setembro foi positiva, pois possibilitou que mais pessoas ficassem atentas à mensagem.

“A nossa perspectiva foi positiva a respeito da realização desse momento; contamos com representações tanto dentro como fora da nossa Igreja; temos parceria com o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), do movimento das mulheres, do SINDSERM, e um número considerável de pessoas. E nós percebemos maior adesão e participação”, comentou o Pe. Assis.

Pe. Assis

A coordenadora da União das Mulheres Picoenses (UMP), Nega Mazé, falou sobre a necessidade de combater o feminicídio. “Nós mulheres queremos ser livres, é por isso que o Grito dos Excluídos acontece na Semana da Pátria, nós queremos a nossa cidadania”, declarou.

Nega Mazé

A integrante da Coordenação do MPA, Josineide Costa, informou que 262 agrotóxicos foram liberados pelo Governo Federal apenas nesse ano de 2019. Quase todas essas substâncias são proibidas em outros países, uma vez que além de degradar o meio ambiente, também são cancerígenas.

“Danificam o meio ambiente, aumentam o adoecimento dos seres humanos, da natureza, dos animais; então, o nosso grito é por democracia, direito, por uma vida de qualidade no campo, onde homens e mulheres possam viver e comercializar”, frisou.

Josineide Costa