O cineasta e escritor Douglas Nunes ironizou os 22 anos de paralisação das obras do Ginásio Poliesportivo de Picos com um aniversário, “celebrado” na manhã desta quarta-feira, 04. Ele tentou mobilizar mais gente pelas redes sociais para que comparecessem e fortalecessem o protesto. Muitos se comprometeram e teve até quem prometesse levar um bolo, mas essas pessoas não apareceram, o que não reduziu a importância do ato, uma vez que aquele é o mais antigo “Elefante Branco” da cidade.
Não há certeza quanto ao dia exato em que a obra começou. Conta, antes de tudo, as mais de duas décadas em ela permanece parada.
Douglas fixou uma faixa no portão de madeira da entrada da obra com os dizeres “22 anos de descaso” e também um cartaz com a palavra “Vergonha”. “São seis governadores e está aí o esqueleto daqueles que nos representam, onde muitos jovens poderiam estar praticando esportes, mas está aí, jogado às baratas, às traças, às cobras; infelizmente esse é o resultado da má escolha”, comentou o escritor.
Ele relatou que em 1997, quando residia no bairro Junco, preencheu uma ficha para trabalhar na obra que estava começando. Na época, a construção de ginásio para a prática de esportes despertava a animação da população de Picos. “Um colega me chamou e disse que estavam contratando para carpinteiro, e eu disse que não era carpinteiro, aí ele falou que empregavam mesmo assim, e eu achei aquilo engraçado, mas vim e fiz o registro, mas logo a construção parou”, lembrou.
A ideia de fazer o “aniversário” de uma obra parada tinha por objetivo, segundo o escritor, chamar a atenção da população e dos políticos.
A construção do Ginásio Poliesportivo, que fica localizado no bairro Junco, às margens da Av. Senador Helvídio Nunes de Barros (BR-316), foi iniciada pelo então governador Mão Santa, que estava em seu primeiro mandato. Na época administrava Picos o ex-prefeito José Neri de Sousa. Desde então já assumiram o governo do Piauí: Hugo Napoleão, Wellington Dias e Wilson Martins. Wellington já está em seu quarto mandato.
Por diversas vezes a continuidade da obra foi anunciada. Empresas foram contratadas, fizeram a limpeza do terreno, contudo a obra jamais avançou. O esqueleto de concreto do que seriam as arquibancadas do ginásio permanecem erguidas, lembrando a todos a morosidade do poder público, além de provocar muita frustração.
Além do ginásio, diversas obras e prédios públicos do Governo do Estado estão paradas ou fechados: Detran, Unidade Escolar Miguel Lidiano, a antiga sede da 3° Delegacia de Polícia Civil e também a 2° Delegacia de Polícia Civil, o Mercado do Produtor, o Espaço do Cidadão, dentre inúmeras outras.