Na manhã desta sexta-feira, 29, dezenas de associações e sindicatos se reuniram no plenário da Câmara Municipal de Picos para debater a reforma da Previdência e elaborar um documento a ser encaminhado ao Congresso Nacional e aos deputados e senadores que representam o Piauí em Brasília – DF. Vários representantes fizeram uso da palavra explicando porque o texto apresentado pelo atual Governo Federal é nocivo aos trabalhadores.
A audiência foi proposta pelos vereadores Wellington Dantas (PT) e Antônio Moura (PC do B). Em entrevista, o vereador petista informou que representantes de entidades de 20 municípios estavam presentes no evento e deixaram clara a posição contrária a reforma.
“É uma reforma que vai trazer morte para as pessoas, principalmente no Nordeste, se formos tomar como exemplo a cidade de Picos, os recursos que entram aqui somam anualmente mais de R$ 300 milhões, isso mostra que se o acesso do cidadão e da cidadã a previdência for cortado vai trazer muita penúria, principalmente para os empresários, pois vai deixar de circular dinheiro”, frisou.
O secretário de Finanças e Administração da FETAG do Piauí, Evandro Luz, presente na audiência salientou que a reforma será nociva para os trabalhadores rurais, o que tem motivado a preocupação da população. “Vai chegar 2029 e a mulher trabalhadora rural se aposentando com 60 anos, trazer uma contribuição que os mais pobres não terão condições de pagar em dias, provocando um aumento da carência da comprovação da atividade rural de 15 para 20 anos”, mencionou o sindicalista.
Wellington Dantas
Para Evandro Luz a reforma da Previdência interessa apenas a iniciativa privada que deseja administrar a aposentadoria das pessoas. Ele declarou que a reforma deveria acabar com os privilégios, mas não prejudicar as parcelas mais pobres da população e que os debates continuarão. “A FETAG está mobilizada com várias audiências pelo Piauí para fazer esse debate e esperamos que esse documento possa ser entregue no Congresso Nacional”, declarou.
Evandro Luz
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de Picos (SINTRACS), Marcos Holanda, frisou que a reforma é prejudicial, pois o Governo Federal está propondo a capitalização, cuja administração ficará com a administração privada. “O rico não vive de aposentadoria, vive de renda, então os prejudicados serão os mais simples, o trabalhador rural, do comércio da indústria”, finalizou.
Marcos Holanda