Donos de carros de som de Picos pedem apoio a vereadores para voltarem a utilizar microfones

Os donos de carros de som e locutores compareceram a Câmara Municipal de Picos na tarde da quinta-feira, 14, para pedir apoio aos vereadores para a retirada da resolução que os proíbe de utilizar microfones durante o trabalho, ou seja, quando estão rodando pela cidade, anunciando produtos e lojas. Vários vereadores se manifestaram a favor dos locutores, argumentando que a medida precisa ser revista.

O proprietário de carro de som, Emerson Willis, argumentou que as pessoas que exploram esse serviço estão sendo prejudicadas, daí o pedido para que a resolução seja revogada. “Eu acho muito sem pé nem cabeça, pois falam no sentido de inibir a poluição sonora, mas na verdade a gravação emite poluição sonora da mesma forma. Na verdade eles proibiram uma profissão, que é a do locutor”, declarou.

Emerson Willis argumentou que os locutores sofreram um prejuízo de 80% na receita oriunda do comércio picoense, desde que foram proibidos de usar o microfone, em 06 de dezembro de 2018. “Já estava fraco o comércio, e com isso caiu 80%”, declarou.

Eles criticaram o uso de um carro de som com microfone pela prefeitura de Picos durante a inauguração de uma praça. “Foi o que nos deixou indignado e foi usado o microfone, fiquei muito indignado, se proibiu, por que foi utilizado lá?”, protestou.

Emerson Willis

Quanto as reclamações dos picoenses no que diz respeito a poluição sonora da cidade, o que não é de agora e há muito se busca uma solução, Emerson respondeu que o abuso do volume parte dos maus profissionais, o que não pode repercutir em prejuízo para toda uma categoria. Ele pede que ao invés da proibição, houvesse mais fiscalização.

O outro lado

Nossa equipe falou com a secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Maria Santana, sobre o assunto. Ela afirmou que a administração vai esperar a decisão judicial, uma vez que os donos dos carros de som entraram com um mandado de segurança há um mês para voltar a usar o microfone . Ela disse ainda que a decisão e proibir os microfones não partiu da secretaria, mas do Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Quanto ao uso do microfone e carro de som na inauguração de uma praça, Maria argumentou que se tratava de um ato do poder público, e não de propaganda sonora, não se enquadrando dentro da resolução.

Secretária de Meio Ambiente, Maria Santana