Agenor Martins: “esses animais soltos representam risco a saúde da população”

O coordenador do Centro de Controles de Zoonoses de Picos (CCZ), Agenor Martins, declarou em entrevista ao Folha Atual que os animais não podem ser adotados e em seguida soltos pelas vias públicas da cidade, uma vez que oferecem inúmeros perigos para a população, desde a transmissão de doenças até acidentes de trânsito. Ele enfatiza que aqueles que se dispõe a cuidar de um animal de estimação como cachorro ou gato, precisa ter responsabilidade para com os bichos.

“Esses animais soltos representam risco a saúde da população, como eu falei, ninguém é proibido criar um animal, mas desde que crie de forma responsável, pois ele precisa de um lar. Quer criar um animal, pois faça isso em seu domicílio”, declarou.

Para Agenor Martins os cães representam um problema maior para cidade, uma vez que são avistados em grandes matilhas pelas vias públicas. Ele informou que o Centro de Zoonoses não pode mais apreender animais de rua, a menos que receba o pedido de algum morador e que o animal esteja doente. O CCZ também está proibido de eutanasiar animais saudáveis, mesmo que não tenham donos. O máximo a ser feito é a castração, mas esta não controla a proliferação de doenças.

“Castrar animal não controla zoonoses, controla só a natalidade daquela espécie, mas ele continua sendo um potencial vetor de doenças”, comentou.

Agenor Martins disse ainda que o CCZ não tem por objetivo cuidar dos animais, daí que não tem realizado mais apreensões. “Não é função do centro de zoonoses, nós controlamos fatores que possam carrear doenças a população”, explicou.

Muitas pessoas na cidade tem se sensibilizado e tentado amenizar o sofrimento dos animais de rua, doando alimentos e disponibilizando água. Mas ainda falta uma grande iniciativa, como uma política pública, que reduza o sofrimento dos bichos que não tem dono. Em 2016 a Câmara Municipal aprovou uma lei que institui a castração gratuita de cães e gatos na tentativa de controlar a natalidade dos animais. Foi um passo importante, mas ainda é pouco ante a gravidade do problema vivenciado em Picos.