Terça-Feira, 29 de Abril de 2025

Museu Ozildo Albano receberá artefatos que contam a história da região de Picos

Publicado em 12/06/2013
Por Marta Soares
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Joseane Rosa de Oliveira/Marta Soares

O Museu Ozildo Albano, que é gerido por membros da tradicional família Albano em Picos, através da Associação dos Amigos do Museu Ozildo Albano, está localizado na Praça Josino Ferreira, centro de Picos e passa por uma ampla reforma, que beneficiou o prédio estruturalmente e ainda capacitou pessoas que possam manter o acervo histórico intacto. O acervo arqueológico que passará em breve a fazer parte do Museu Ozildo Albano é proveniente do salvamento decorrente das linhas de transmissão que passaram pela região. São vestígios de populações que viveram na região do Piauí no período anterior à colonização, trata-se de pedaços de cerâmia e material lítico - trabalhado em pedra. 

Segundo Joseane Rosa de Oliveira, que é coordenadora do Acervo Arqueológico das Linhas de Transmissão de Energia Elétrica, de responsabilidade das empresas Iracema Transmissora de energia S.A. e IENNE - Interligação Elétrica Norte - Nordeste S.A., empresasa responsáveis pelo custeio do projeto, após as peças terem sido encontradas e catalogadas, elas devem ser devolvidas ao seu lugar de origem e para isso, muitas instituições foram analisadas e o Museu Ozildo Albano foi escolhido, mas para receber as peças ele precisaria se adequar.

Foram detectados problemas estruturais, como vazamentos, infiltrações, telhado com falha, dentre outros. Com isso, foi feito um projeto para a restauração, compra de equipamentos, realização de cursos de capacitação e montagem de exposições. A primeira etapa do projeto, que é a reforma, está sendo concluída. Para a conclusão da reforma e entrega do museu, há um impasse que vai gerar desagrado principalmente entre os donos de trailer e a Prefeitura Municipal, já que não há uma lei municipal de ordenação urbana.

“Nós estamos tentando manter este acervo, que é bastante rico e que conta bastante a história de Picos e região, mas as barracas que estão ao redor do museu e que trabalham com alimentação, prejudicam muito o acervo, porque a gordura fica impregnada nos objetos, tem o risco dos botijões de gás, tem o pessoal que fica escorado no museu, dentre outros problemas. Vai ser preciso fazer um trabalho de conscentização com a população para que todos se unam e cuidem no museu. Não queremos prejudicar os comerciantes, mas precisamos encontrar uma solução ou então vamos colocar em risco este patrimônio”, disse a coordenadora.

Para o coordenador e diretor do Museu Ozildo Albano, Albano Silva, o trabalho feito junto ao museu fará com que a cultura picoense ganhe notoriedade e isso aumenta ainda mais a responsabilidade da família Albano no cuidado com o acervo.

Após a finalização da reforma, será a vez da instalação das exposições. Além do museu receber um acervo arqueológico, serão montadas exposições, dentre elas, uma de arqueologia, exposição que marcará a reinauguração do museu, prevista para o mês de agosto. Com a reforma, haverá uma sala específica com o memorial de Ozildo Albano, exposição de Arte Sacra e Arte Santeira. Está sendo montado ainda um pequeno laboratório de conservação. O novo museu teve a sua identidade visual refeita, foi criada uma logomarca e folders institucionais estão sendo feitos para divulgação. O projeto total tem valor que aproximadamente R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).

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