Uma comissão do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (COREN-PI) realizou a interdição ética da ala de enfermagem do Hospital de Dr. Oscar na manhã desta sexta-feira, 15. Segundo o conselheiro Antônio Francisco Neto, o hospital já vinha recebendo fiscalizações desde 2014, sendo constantemente informado de que precisava dispor dos serviços de enfermeiros com curso superior.
A interdição ética não significa que o hospital será fechado, diferindo da interdição jurídica, mas o hospital precisa contratar pelo menos 10 enfermeiras e 14 técnicas para estar de acordo com o COREN. “Significa que os profissionais de enfermagem estão proibidos de exercer a profissão de enfermagem na instituição, eles podem até vir, mas eles não podem executar o serviço aqui durante o período de interdição”, comentou Antônio Neto.
Indagado sobre quantos enfermeiros trabalham no Hospital de Dr. Oscar neste momento, Antônio Neto disse que constataram a existência apenas da enfermeira RT (responsável técnica). “É vedada a atuação dela, ser responsável técnica e estar na assistência ao mesmo tempo, tem uma resolução que prevê isso, que prevê que no momento em que está na responsabilidade, não pode estar na assistência, e com isso os técnicos de enfermagem estão atuando sem o profissional enfermeiro”, explicou.
A interdição, cujo documento foi afixado na porta do hospital, começa a valer a partir da meia-noite, no entanto, os pacientes que já estão internados continuarão a receber os serviços sem prejuízos até a alta médica. “Nós orientamos os gestores sobre a importância do enfermeiro, não existe praticar saúde sem os profissionais, mas, repito, a instituição não será fechada, terá os outros atendimentos, só não de enfermagem”, ressaltou.
Antônio Neto informou também que a interdição do hospital terá fim quando o gestor solicitar e atender as exigências do COREN. Até lá a subsecção do conselho fará o monitoramento e caso um enfermeiro trabalhe mesmo com a interdição, sofrerá sanções éticas.
Conselheiro Antônio Neto
O outro lado
Nossa equipe procurou a direção do Hospital de Dr. Oscar, mas fomos informados de que não iriam se manifestar no momento.
Documento de interdição
Artur Antunes, chefe do Departamento de Fiscalização do COREN, e Antônio Neto