Terça-Feira, 18 de Novembro de 2025

Trabalhador denuncia atrasos salariais na obra do Novo Fórum de Picos

Publicado em 23/09/2018
Por Redação
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Wilson de Sousa foi demitido e ainda não recebeu pagamento/Folha Atual

Quatro meses após a obra do Novo Fórum de Picos ser retomada, o problema de atrasos salariais dos trabalhadores volta a se repetir.  A empresa responsável pela continuidade da construção do prédio, a Construtora RGE, está com pagamento de janeiro pendente e os trabalhadores demitidos ainda não receberam a rescisão e demais direitos.

A obra que está prevista para ser concluída em agosto de 2019 está 60% concluída.  A nova unidade judiciária tem área total de 3.900 m² e está orçada em pouco mais de R$ 7 milhões. No Novo Fórum serão instaladas as cinco Varas completas, Defensoria Pública do Estado do Piauí, Ministério Público do Estado do Piauí, OAB, entre outros departamentos.

O edifício impressiona pela imponência, mas a situação na obra está precária. Na visita ao prédio, a reportagem do Jornal Folha Atual foi abordada por trabalhadores que denunciaram os atrasos. O grupo de pelo menos cinco pessoas se concentrava na entrada do canteiro de obras e buscava por repostas.

Trabalhadores reinvidicavam recebimento do pagamento

Quem vive a realidade de perder o trabalho e ainda não receber pelos dias trabalhados é o pedreiro, Wilson de Sousa. O mesmo ingressou na obra do novo Fórum de Picos em 01 de novembro de 2018 e na última sexta-feira (26) foi demitido sem receber o salário de janeiro e nem mesmo a rescisão contratual.

“Fomos demitidos e eles tem um prazo de 7 dias para fazer o pagamento da rescisão. O nosso pagamento do dia 20 de janeiro está atrasado, até gora não saiu também, nem informações estamos tendo. Fomos informados que o pagamento sairia próxima semana”, informou o trabalhador.

Wilson de Sousa

A situação precária ainda respinga no Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e da Construção Civil (Sintricompi). Segundo o sindicalista, Thiago Barroso, o diálogo junto aos trabalhadores vem sendo prejudicado em meio às “barreiras” impostas pela Construtora RGE. Segundo o sindicalista foi necessário recorrer ao Ministério Público para que a entidade possa atuar na defesa dos direitos do referido grupo.

“Infelizmente tivemos problemas com a empresa anterior quando começou os problemas com atrasos de pagamentos. No entanto, a nova empresa que foi contratada pelo Tribunal está seguindo o mesmo caminho de atraso de pagamento, rescisão, mas com o agravante de não permitir que os trabalhadores tenham acesso ao Sindicato. Somos barrados e por essa razão já buscaram o Ministério Público do Trabalho para denunciar a falta de liberdade sindical”, frisou.

Thiago Barroso

O outro lado

Em se tratando do atraso salarial dos trabalhadores, a reportagem do Jornal Folha Atual buscou a Construtora RGE que confirmou a situação.

O mestre de obras, Silvestre Machado, explicou que a pendência foi motivada pelo período de recesso do Tribunal de Justiça que inviabilizou o repasse financeiro à Construtora. O repasse seria utilizado para efetuar o pagamento dos trabalhadores e fornecedores.

“Já estamos buscando efetuar o pagamento dos trabalhadores. No momento em que a Construtora receber o repasse do Tribunal que atrasou devido a troca de presidente e recesso, os funcionários da obra também receberão. A empresa nunca deixou de pagar ninguém, vinha pagando em dia”, afirmou.

Mestre de obras Silvestre Machado

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