A Praça Félix Pacheco, localizada no Centro de Picos, é marcada diariamente pela grande circulação de pessoas, sejam elas picoenses e/ou oriundos de cidades da macrorregião. Mas o que chama mesmo atenção é a quantidade de vendedores ambulantes que da atividade retiram o sustento da família. São vendedores de lanches, relógios, revistas, variedades, entre outros, o que não falta é oportunidade para se gastar dinheiro.
Um destes vendedores é o Adauto Guedes, de 50 anos, que vende a famosa torta cremosa de frango da Praça. [Quem nunca comprou uma?] Há 23 anos, Adauto e a esposa montaram uma barraca no local e vendem lanches. Segundo ele, do ponto de venda não só garante o pagamento das despesas da casa, como também tem formado seus filhos.
“É uma vida completa. Chegamos a ver Picos crescer com esta barraca. Crescemos, criamos nossos filhos e através daqui estamos formando nossos filhos. Aqui não tiramos o lucro que se espera de um empresário, apenas mantemos o nosso dia-a-dia”, enfatizou o vendedor de lanches.
Barraca de lanches do Adauto
Adauto Duque ainda relatou que apesar da crise econômica que tomou conta do país, a sua barraca continua vendendo bem. A explicação para ele, é que a venda de produtos alimentícios independe da crise, pois alimentação é essencial ao ser humano.
“A crise não nos trouxe prejuízos porque o alimento é essencial a vida do homem. Trabalhamos com um produto de qualidade e as pessoas sempre procuram. Eu espero que deixem a gente quieto porque estão querendo nos tirar daqui para outro local. Mas nós iremos vender para quem? Lá não vai ter cliente”, desabafou.
E na Praça Félix Pacheco há quem chegou recentemente buscando aumentar as vendas. É o caso do paraibano, José Ocean Viana Dantas, de 46 anos, que há cerca de trinta dias deixou seu estado natal, a Paraíba, com o objetivo de construir a vida na cidade de Picos.
José Ocean que vende tapetes de diversos materiais encontrou uma forma criativa de expô-los na Praça, amarrando uma corda no tronco das árvores, uma espécie de varal, que se tornou o mostruário do negócio.
“As vendas não tem sido muitas. Mas Picos é uma cidade que tem movimento, que dá acesso às cidades vizinhas e construir alguma coisa para o futuro. Aí foi onde eu escolhi”, disse o vendedor ambulante.
José Ocean Dantas
As histórias se misturam à diversidade de produtos e somos tomados pelo aroma do milho assado, que tanto aguça o paladar do nordestino. Maike Weberson Cunha, 32 anos, viu nesta paixão pelo milho uma forma de ganhar dinheiro. Há 10 anos ele possui uma barraca de milho na Praça, atividade que começou ao lado do pai e que nos dias atuais mantém sozinho.
Segundo Maike às seis horas ele chega na Praça, arma a barraca e começa a cozinhar e assar o milho. Em dias de boas vendas ele consegue vender até 100 espigas de milho.
“Eu comecei com meu pai aqui. Ele saiu e eu fiquei. Já teve mais lucrativo, mas ainda dá pra levar. Tiro o sustento da família todo aqui”, afirmou Maike Cunha.
Maike Cunha