Com lançamento em breve do livro “Enoe, Um Anjo habitou entre nós” que descreve o último ano de vida de Enoe Santos Nunes, sua história, seu drama, sua vida dedicada aos pobres, aos doentes, aos encarcerados e sua morte prematura, num momento fascinante da história de nossa cidade, numa época em que Picos cuidava para a melhoria da Educação e do desenvolvimento já que por volta do ano de 1918 até o ano de 1929, o ensino ministrado nas escolas da cidade era muito atrasado; Ela que veio ao mundo em plena Primeira Grande Guerra e sua morte no início da Segunda Grande Guerra...(Enoe nasceu em 25 de Agosto de 1915 e a sua morte ocorrida em 07 de Dezembro de 1938), pouco mais de 23 anos de vida em que reinou em Picos, apesar do tempo, muita luz entre seus viventes que recebeu um Anjo dos céus.
Enoe soube viver segundo a vontade de Deus, porque a sua vida foi toda de preparativos para a inevitável viagem de além-túmulo. E tanto trabalhou e tanto acumulou que, como Santa Terezinha, aos 25 anos de idade, já tinha o bastante para comparecer diante de Deus dignamente. Era filha de Elizeu Pereira Nunes e de Dona Caetana Leal Nunes.
O título do livro: “Enoe, Um Anjo habitou entre nós”; mas poderia ser: “Enoe, a Mensageira do Bem”, “Enoe, a Mártir picoense” ou simplesmente “Enoe”; qualquer abertura do livro daria para revelar quem foi Enoe Santos Nunes. O mais importante, no entanto, é recuperar a história desta que foi a portadora de Deus na Terra e o quanto cintilou a sua luz nos anos de 1930 na cidade de Picos.
Tudo ela fez para viver santamente. Tudo ela fez para amenizar a dor, o sofrimento, a fome, a sede e a aflição dos picoenses. Ela dizia: “Oh! Jesus, nada tenho, nada quero, nada espero, somente confio a vida nos céus, olhando nos vossos olhos, pois a minha vida pertence a vós, Jesus amado!”.
Enoe era respeitada e admirada pelos habitantes da pequena Picos e tanto fez que no dia de sua morte, uma multidão de homens, mulheres, crianças, deficientes, tuberculosos, cegos, leprosos e detentos, encheram a casa de Elizeu Pereira Nunes na hoje Avenida Getúlio Vargas. Ele, surpreso pelo grande número de pessoas carentes, deixou-se ficar enquanto a multidão chorava e lamentava a morte prematura do anjo do Senhor. Até mesmo os encarcerados da cadeia pública de Picos receberam permissão para acompanhar o enterro da jovem picoense e todos eles retornavam para as suas celas.
Seu túmulo passou a ser venerado e muitas pessoas relataram que foram operados e comprovados prodígios, sob a intercessão de Enoe, até mesmo por pessoas de outros Estados do Nordeste. O nome de Enoe se tornou uma fonte de Luz e de consolo em todo o Estado do Piaui.
O livro “Enoe, Um Anjo habitou entre nós” está dividido em duas partes. A primeira refere-se ao seu “Diário”, mas com comentários e depoimentos de várias pessoas que acrescentaram momentos e fases da vida de Enoe, pois como ela mesma afirmou no seu “Diário”, tudo foi destruído e consumido pelo fogo, pois ela desejava entregar-se a Jesus não deixando nada para trás. Por isso, ao ler a primeira parte, verificamos detalhes a mais de seu dia-a-dia.
A segunda parte do livro é o original, sem tirar ou mudar uma vírgula sequer, escrita pela jovem Enoe. O Diário em questão foi compilado pelo então Monsenhor Joaquim Chaves, vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, em Teresina, que se interessou vivamente pela vida da jovem antes e depois de sua morte.
Com prefácio de Clarissa Nunes Maia, “Enoe, Um Anjo habitou entre nós” revela também os caminhos da sua Beatificação pelo Monsenhor Chaves juntamente com sua irmã Benvinda, mas com a morte dos dois, esse processo parou. O lançamento deste livro tem o propósito de resgatar e buscar o conhecimento dos fatos e também a sua beatificação. Todos nós somos chamados a procurar a reativação desse processo que como disse Dona Carlane Almeida, “ não podemos olvidar e deixar sua história interrompida ou simplesmente que se apague da memória das pessoas. “O que é de Deus Ele mesmo o revelará, independendo do tempo...”
Por Douglas Nunes