Terça-Feira, 15 de Outubro de 2024

Trabalhadores rurais promovem manifestação contra reforma da Previdência em Picos

Publicado em 17/08/2016
Por Edson Costa
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Manifestantes nas ruas de Picos/Edson Costa

 

Por Jailson Dias

Trabalhadores rurais de 33 municípios da região de Picos, contando ainda com o apoio de diversas entidades, promoveram na manhã desta terça-feira, 07, uma grande manifestação contra a proposta da reforma da Previdência Social proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Os agricultores, usando bonés da Central Única dos Trabalhadores (CUT), se concentraram em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na rua Santo Inácio, saindo em passeata pelas principais vias da cidade.

Os manifestantes fizeram uma concentração em frente a agência do INSS de Picos e seguiram até a Câmara Municipal, onde aconteceu uma audiência pública para debater a proposta da reforma. Os agricultores pretendem pressionar os deputados federais e senadores para votarem contra a reforma como ela está sendo apresentada nesse momento.

A vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí (FETAG-PI), Lucilene Ferreira, declarou que essa proposta prejudica a todos os trabalhadores, não só do campo, mas também da cidade. “Para nós, nenhum direito a menos. E nós queremos sim, lutar para que o governo mantenha todos os benefícios que conquistamos ao longo dos últimos anos”, declarou.

Lucilene Ferreira, vice-presidente da FETAG

Lucilene Ferreira classifica como desumana a proposta que busca elevar a idade mínima para a aposentadoria das mulheres do campo de 55 para 65 anos e dos agricultores de 60 para 65 anos. “É muito desumano o que o governo quer fazer, com isso o nosso povo vai voltar a passar fome, porque o recursos que entram dos aposentados e pensionistas nos municípios são maiores do que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e daí que morreremos e não teremos aposentadoria, isso é desumano”, comentou.

Outro ponto polêmico fortemente questionado pelos sindicatos é a ideia de que os agricultores contribuam diretamente com a previdência, com taxas mensais, uma vez que as pessoas que trabalham na lavoura não tem uma renda fixa. Lucilene Ferreira informa que manifestações semelhantes acontecerão por todo o Brasil, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (CONTAG), que congrega 27 federações do país.

Ricardo Araújo, presidente do sindicato em Picos

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos, Ricardo Raimundo de Araújo, alegou que a reforma da Previdência, como está sendo proposta pelo Governo Federal, não é viável, uma vez que há muitos desvios de recursos públicos que poderiam ser sanados para que os trabalhadores mantivessem seus direitos.

O agricultor Linusvaldo Sirino dos Santos, 47, residente na localidade de Angical dos Domingos, município de Picos, afirmou que trabalha na lavoura há 30 anos e não vê possibilidade do agricultor se aposentar apenas aos 65 anos. “Não tem condições de aposentar apenas com 65 anos, uma pessoa que já vive do campo, trabalhando dia e noite”, destacou.

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