Segunda-Feira, 14 de Outubro de 2024

Acadêmicos de Biologia da UFPI enviam nota de esclarecimento sobre Nim Indiano

Publicado em 28/04/2016
Por Jailson Dias
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Muda de Nim Indiano/Jailson Dias

O portal Folha Atual publicou no dia 14 de novembro uma matéria em que falava do projeto de arborização da Prefeitura de Picos que prevê a substituição do Nim Indiano por árvores nativas. Na matéria foi informado que o Nim estaria prejudicando a produção local de mel e que uma pesquisa realizada pela UFPI comprovava isso.

Acadêmicos do curso de Biologia da UFPI enviaram uma nota para a nossa redação informando que esse estudo não aconteceu e que há ainda há muito que ser pesquisado sobre o Nim Indiano.

Segue a nota na íntegra:

Tomando conhecimento da matéria intitulada "Projeto de arborização de Picos prevê a substituição do Nim por plantas nativas” (14/11/2016), nós, componentes do Grupo de Estudos sobre Abelhas do Semiárido Piauiense (GEASPI), gostaríamos de manifestar nossa preocupação com algumas das informações contidas na matéria e esclarecer que:

1. Somos o único grupo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) campus de Picos que pesquisa sobre abelhas.

2. Desconhecemos a pesquisa, citada na matéria, que foi realizada em parceria com a UFPI que considerou o Nim impróprio para o plantio na nossa cidade.

3. São poucos os estudos no Brasil que investigam o potencial do Nim como planta apícola e ainda não se sabe como essas propriedades inseticidas afetam seus visitantes florais.

4. Está sendo desenvolvido pelo grupo um trabalho que se detêm a investigar o comportamento de coleta por abelhas africanizadas em árvores de Nim no município de Picos, e com isso, verificar a possível relação existente entre estes. Em fase de conclusão do trabalho e diante dos resultados obtidos, com base na frequência de visita das abelhas africanizadas nas flores de nim, verifica-se que essas árvores não são tão prejudiciais as abelhas a ponto de serem totalmente substituídas por outras árvores.

5. Espera-se que se possa avançar em uma discussão no que diz respeito à adoção de técnicas de manejo (poda, plantio e etc.) da referida planta, por órgãos competentes, no sentido de se minimizar a exposição das flores às abelhas africanizadas durante os meses que ocorre maior frequência de visita, evitando-se assim possíveis riscos de intoxicação desses insetos.

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